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O estudo do lugar sob o enfoque da geografia humanista: um lugar chamado Avenida Paulista

Texto completo
Autor(es):
Leandro Forgiarini de Gonçalves
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Adyr Apparecida Balastreri Rodrigues; Livia de Oliveira; Julio Cesar Suzuki
Orientador: Adyr Apparecida Balastreri Rodrigues
Resumo

O lugar é uma das mais importantes categorias espaciais da Geografia. Assim como a própria concepção de espaço, a de lugar se inscreve no escopo de diferentes análises geográficas; mas, é à Geografia Humanista que a categoria de lugar está fortemente relacionada. O enfoque geográfico humanista coloca o lugar em situação de destaque, ao tratar sobre a relação afetiva do homem com o espaço e a pluralidade das experiências que transformam este espaço em lugar. Entende-se, a partir dessa perspectiva, que o lugar é uma realização essencialmente sentimental e que são as vivências pessoais e as experiências íntimas que lhe atribuem densidade. Nesse aspecto, o geógrafo humanista Yi-Fu Tuan adota o neologismo topofilia, a fim de melhor caracterizar o amor humano pelos lugares. Para o homem, os laços topofílicos fazem transparecer um conjunto de sentimentos entranhados: são memórias, nostalgias, afinidades e valores que subsistem como lembranças do passado, realizações do presente e/ou futuras ações. Para a Geografia, a topofilia é um sopro de Humanismo que está amparado pela concepção do espaço simbólico, relacional e afetivo, e que tem o tempo como categoria intrínseca. A Geografia Humanista reconhece que os lugares dos homens são tão diversos quanto os seus sonhos. Aliás, o ser humano não cessa de sonhar com lugares que dêem espessura e significado à sua existência pessoal. Esses lugares inscrevem-se na intimidade ou na amplidão, pois, assim como os homens, resguardam dentro de si a imensidão e a particularidade. Do mesmo modo que a rua e o bairro são espaços acolhedores e pessoais, uma cidade ou um país também são capazes de comportar tais sentimentos. Por sinal, a urbe engendra apropriadamente a máxima do lugar dos sonhos, porque oferece múltiplas possibilidades de realização pessoal. Os lugares urbanos são espaços de intenso envolvimento, deflagradores de aspirações, conquistas, amores e ódio. Nesse panorama, a Avenida Paulista, um dos lugares-símbolo da cidade de São Paulo, surge como exemplo do quão sentimental pode ser um lugar. Seja por conta de sua importância para a história dessa metrópole, seja por sua relação com a vida dos paulistanos nos dias atuais, a Paulista representa o sonho de um lugar ideal. A Avenida Paulista é um lugar chamado pelo mesmo nome que dá ao povo do estado de São Paulo um sentimento de unidade. Entretanto, não é apenas pelo fato de serem homônimos que se pode dizer que a Paulista é o paulista, e sim porque ambos abrigam um teor de humanidade que lhes é absolutamente análogo. Ora, o lugar, a mais humana das categorias geográficas, reflete toda a diversidade das ações praticadas pelo homem no espaço. De modo que se pode afirmar que lugares são pessoas, porque estas são cada um dos lugares que realizam durante a vida (AU)

Processo FAPESP: 08/08873-5 - O estudo do lugar sob o enfoque da geografia humanista: um lugar chamado Avenida Paulista
Beneficiário:Leandro Forgiarini de Gonçalves
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado