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Trajetória epistemológica de Milton Santos. Uma leitura a partir da centralidade da técnica, dos diálogos com a economia política e da cidadania como práxis

Texto completo
Autor(es):
Flavia Christina Andrade Grimm
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Laura Silveira; Ricardo Abid Castillo; Maria Amelia Mascarenhas Dantes; Antonio Carlos Robert Moraes; Jaime Tadeu Oliva
Orientador: Maria Laura Silveira
Resumo

O objetivo desta tese de doutorado é analisar a trajetória epistemológica do geógrafo Milton Santos (1926-2001) a partir da gênese e evolução de conceitos e categorias que foram pilares de seu sistema teórico. A escolha pelo autor foi pautada por sua inegável importância na história da geograa brasileira, sobretudo em seu movimento de renovação a partir de meados da década de 1970. Como partido de método, adotamos a abordagem contextual (Berdoulay, [1981] 2003) e as relações entre os eixos de análise aqui elaborados para esse m: centralidade da técnica, diálogos com a economia política e a busca pela cidadania como práxis. Nesse exercício, foi central reconhecer, nos grandes temas trabalhados pelo geógrafo, o processo de internalização de categorias externas à geograa e os contextos históricos por ele vividos durante essas mais de cinco décadas de trabalho. Partimos do pressuposto que esse processo de internalização de categorias externas à Geograa tais como, técnica, tempo, totalidade, social, formação sócio-econômica, divisão do trabalho, forma, função, processo, estrutura, objetos, ações, norma e intencionalidade, entre outras teve um papel extremamente dinamizador na releitura de categorias e conceitos internos à disciplina, como região, paisagem, espaço geográco e território,e, portanto, na construção de uma teoria geográca. Podemos armar que, embasado em mais de quatro décadas de estudos e pesquisas, o geógrafo baiano alcançou na década de 1990 uma complexa sistematização teórica. Destacamos a elaboração iniciada na década de 1970 de novos conceitos e categorias que vieram enriquecer os debates epistemológicos da geograa. Podemos mencionar a elaboração da teoria dos circuitos da economia urbana e a ênfase na necessidade do espaço geográco ser compreendido como objeto da disciplina, elevando-o à instância da sociedade. Somam-se ainda a elaboração de categorias e conceitos como formação socioespacial, circuitos espaciais de produção e círculos de cooperação, meio técnico-cientíco e, posteriormente, meio técnico-cientíco informacional, entre outros. Quanto a contribuições para um debate ontológico sobre o espaço geográco, o autor passou da noção de xos e uxos ao conjunto indissociável de sistemas de objeto e sistemas de ações (1991). Foi exatamente durante os anos de 1990, partindo do entendimento da técnica vista em sua totalidade como fenômeno técnico, que Milton Santos propôs que a Geograa fosse compreendida como uma losoa das técnicas e como uma epistemologia da existência. Elaborou ainda a categoria de território usado, proposto como sinônimo de espaço geográco. (AU)

Processo FAPESP: 08/54893-8 - Trajetória epistemológica de Milton Santos: uma leitura a partir da centralidade da técnica, dos diálogos com a economia política e da cidadania como práxis
Beneficiário:Flávia Christina Andrade Grimm
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado