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Avaliação da radiação UV na córnea humana em procedimentos oftalmológicos

Texto completo
Autor(es):
Victor Antonio Cacciacarro Lincoln
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Carlos.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Liliane Ventura; Leonardo Vidal Batista; Adilson Gonzaga; Cristina Kurachi; Luís Antonio Gorla Marcomini
Orientador: Liliane Ventura
Resumo

A radiação ultravioleta pode tanto ser um benefício, como um malefício para o olho humano. Os benefícios são quando é utilizada em procedimentos oftalmológicos para a correção da visão, como nas cirurgias foto-refrativas - UVC - 193 nm; ou para, entre outros tratamentos, impedir a progressão de patologias, como é o caso do crosslinking do colágeno corneano, para ceratocones em estágios inicias que utiliza UVA - 370 nm. Os malefícios são os já amplamente conhecidos pela comunidade científica e populacional, sobre a incidência excessiva de radiação UV nos olhos, causando danos severos ao olho humano. Entretanto, a córnea tem uma proteção natural contra os raios UVA e UVB. Neste trabalho, estudou-se os dois procedimentos oftalmológicos citados a fim de investigar possíveis danos ao olho humano, como a perda da proteção natural da córnea pós cirurgia foto-refrativa, que retira lamelas da córnea; e a quantidade de radiação que adentra o olho humano, durante o crosslinking do colágeno corneano, que utiliza Riboflavina como sintetizador e bloqueador da radiação UVA. Um sistema portátil foi desenvolvido para avaliação da proteção UV e seus danos para o primeiro caso. O protótipo consiste de um sistema de duplo feixe e analisa a transmitância do tecido corneano na faixa de 300-400 nm, e apresenta um fator de correlação r2>0,98. As medidas com remoção de tecido indicaram a importância das camadas da córnea, e a remoção do estroma apresentou uma perda significativa da proteção natural UV, com aumento de 8,2-10,1 pontos percentuais. Já para o crosslinking, que utiliza a combinação riboflavina e UVA, com irradiância de 3 mw/\'CM POT.2\' por 30 minutos foi feito o monitoramento da transmitância UVA durante o tratamento. Foi realizado o protocolo do procedimento atual, ou seja, uma gota de Riboflavina 0,1%, 400mOsm, foi instilada na córnea desepitelizada, a cada 5 minutos (total de 12 gotas). A irradiação UV (365 ± 5 nm, 3 mW/\'CM POT.2\') foi realizada após 30 min de instalação por uma adicional de mais 30 min. A transmitância média da córnea desepitelizada sem Riboflavina foi de 61,6%; após a 1ª instilação de Riboflavina a transmitância foi de 44,9%; após a 6ª gota 22,4%; após a 7ª gota (início da irradiação), 19,5%; após a 8ª gota, 17,3%; após a 9ª, 15,8%; após a 10ª; 14,5%; após a 11ª; 13,5%; e após a 12ª instilação, 12,6%. A transmitância média em termos de energia durante os 30 min de irradiação apresentou uma variação de 0,590 até 0,380 mW/\'CM POT.2\', valores além do limite atualmente aceito para endotélio de córneas de coelhos, que apresenta um nível de segurança citotóxico de 0,36 mW/\'CM POT.2\'. (AU)

Processo FAPESP: 10/06299-0 - Medidas em córneas in vitro para caracterização de procedimentos oftalmológicos
Beneficiário:Victor Antonio Cacciacarro Lincoln
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto