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História natural, comportamento e ecologia de Camponotus rufipes e Camponotus renggeri (Formicidae: Formicinae): um estudo comparativo em vegetação do Cerrado

Texto completo
Autor(es):
Mariane Ueda Vaz Ronque
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Sergio Moreira Carvalho de Oliveira; Alexander Vicente Christianini; Rodrigo dos Santos Machado Feitosa
Orientador: Paulo Sergio Moreira Carvalho de Oliveira
Resumo

O gênero Camponotus é considerado o segundo gênero mais diverso em espécies da região Neotropical, sendo a maioria das espécies oportunistas com relação ao local de nidificação e onívoras em sua dieta. As duas espécies de estudo -- Camponotus rufipes e Camponotus renggeri -- são morfologicamente semelhantes e conhecidas por apresentarem relações mutualísticas com trofobiontes e nectários extraflorais no Cerrado. Este estudo apresenta a história natural de C. rufipes e C. renggeri em área de Cerrado, na Reserva Biológica de Mogi Guaçu, estado de São Paulo. Foram investigados aspectos ecológicos e comportamentais dessas duas espécies, com relação à nidificação, ao padrão diário de atividade, às áreas de vida utilizadas e aos substratos visitados para forrageamento. O estudo foi desenvolvido em área de cerradão e cerrado sensu stricto, tanto na estação chuvosa quanto na estação seca. No capítulo 1 (referente à ecologia de nidificação), observamos que C. rufipes nidificou em ninhos de palha seca, palha seca e tronco, no solo, em troncos mortos eretos e caídos. Já C. renggeri nidificou em três categorias diferentes de ninhos: no solo e em troncos mortos eretos ou caídos. O padrão de distribuição dos ninhos de C. rufipes foi agregado, enquanto de C. renggeri foi aleatório. Comparativamente, ninhos de C. rufipes persistiram mais ao longo do tempo. Esse fato pode estar correlacionado com a disponibilidade de locais de nidificação nos dois ambientes. Colônias de C. rufipes são em geral mais populosas do que as de C. renggeri e em ambas as espécies encontramos mais de uma rainha, podendo se tratar de espécies poligínicas. No capítulo 2 foram evidenciadas diferenças entre as áreas de vida utilizadas pelas duas espécies, sendo que C. rufipes apresentou áreas de vida maiores do que as de C. renggeri. As áreas de vida de C. rufipes variam sazonalmente, enquanto as de C. renggeri não diferem entre estações e entre fisionomias do Cerrado. Adicionalmente, C. renggeri foi mais frequente no substrato arbóreo do que C. rufipes, embora as duas espécies sejam conhecidas por forragear na vegetação devido às relações mutualísticas com trofobiontes e nectários extraflorais. Ambas as espécies tiveram períodos de atividade predominantemente noturnos, com temperatura e horas do dia influenciando no nível de atividade. A resposta às mudanças de temperatura entre as duas espécies foi diferente, sendo que a termopreferência de C. rufipes foi mais alta do que a de C. renggeri. Neste estudo foi possível observar diferenças notáveis entre C. rufipes e C. renggeri com relação a sua ecologia e comportamento, nos indicando que são de fato espécies distintas. Com esses resultados esperamos contribuir para um melhor entendimento do status taxonômico de C. rufipes e C. renggeri, além de ressaltar a importância de estudos de história natural para servir de base para pesquisas de ecologia, comportamento e sistemática (AU)

Processo FAPESP: 11/04667-4 - História natural, comportamento e ecologia de Camponotus rufipes e Camponotus renggeri (Formicidae: Formicinae): um estudo comparativo
Beneficiário:Mariane Ueda Vaz Ronque
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado