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Significações em relações de bebês com seus pares de idade

Texto completo
Autor(es):
Carolina Alexandre Costa
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Katia de Souza Amorim; Monica de Fátima Batista Correia; Maria Clotilde Therezinha Rossetti Ferreira
Orientador: Katia de Souza Amorim
Resumo

As interações dos bebês e seus pares de idade, por muito tempo, não foram reconhecidas no campo da Psicologia do Desenvolvimento. No entanto, nas últimas três décadas, este panorama tem sofrido grandes alterações, particularmente pelos avanços no campo que têm reconhecido as capacidades e habilidades comunicativas dos bebês. Desse modo, ele vem sendo entendido como um ser ativo nas interações com outros sociais, comunicando-se por meio dos recursos disponíveis e específicos. Porém, interrogou-se se, nessas relações, a criança pequena e seu parceiro poderiam atribuir e/ ou construir / apreender / expressar significações às suas próprias ações, às dos outros e às situações? Desse modo, a partir de um estudo de caso múltiplo, objetivou-se investigar se ocorre o processo de significações ao longo do primeiro ano de vida, em relações de bebês com seus pares de idade. E, no caso de ocorrerem, investigar como se dá tal processo. Os registros utilizados foram gravações em DVD realizadas em uma creche de um município do interior do Estado de São Paulo. Quatro bebês pivôs foram aleatoriamente selecionados e são: Catarina (5 meses), Priscila (7 meses), Daiane (10 meses) e Marcos (11 meses). Do Banco de Imagens, foram selecionadas todas as cenas em que os sujeitos apareceram, compondo, assim, um bloco de imagens editadas seguindo o tempo cronológico dos acontecimentos. O corpus foi construído a partir da transcrição microgenética de três episódios interativos selecionados de cada sujeito. A análise das cenas realizada foi microgenética, tendo a Rede de Significações como base. A análise dos dados indicou a ocorrência de significações no primeiro ano de vida, mesmo em bebês pequenos (quatro meses), as quais se concretizam de maneira diversa, quando se considera a idade cronológica dos bebês e as características dos próprios bebês. Estas foram reconhecidas como singulares e possuindo uma curta, mas uma concreta história de vida, de relações estabelecidas com os vários outros e consigo mesmo, em diferentes contextos. Nos primeiros meses, a significação mostrou-se construída dentro da concretude das ações e situações (bater os pés atrai o parceiro), assim como das vivências sobre si e o meio (olhar o mundo através da garrafa plástica). Com o avançar dos meses, as significações passaram a ter um cunho já marcado por significados culturais do grupo, através dos gestos, das expressões, do tom dos balbucios, da antecipação da intencionalidade apreendida pelo olhar. Em tais processos, as significações de si, do outro e das situações foram sendo (re)(des)(co)construídas através de uma série de negociações, que colocava os bebês em papéis sociais diversos, o que permitia apreender novas significações constituídas no entorno.Ressalta-se o grande interesse do bebê por outro bebê, mobilizando, (re)agindo e experimentando novas e antigas ações com seu coetâneo. A pesquisa também ressalta que a linguagem pode ser entendida para além do sentido verbal, abrangendo a comunicação, a interação, o corpo, a expressividade e ações realizadas pelo bebê reconhecendo-o como ator, autor e sujeito nas relações com os outros parceiros sociais. (AU)

Processo FAPESP: 09/06739-2 - Abreviação de significações, em relações de bebês com seus pares de idade
Beneficiário:Carolina Alexandre Costa
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado