Rodrigo Faustinoni Bonciani

Como docente e pesquisador, tenho me dedicado à História Atlântica, analisando principalmente a relação entre a política indigenista e o tráfico de escravizados africanos no processo de formação dos impérios ultramarinos e dos estados modernos na Europa. É desta perspectiva geopolítica que se funda o Ocidente e os princípios constitutivos do direito internacional, baseados em mecanismos de dominação centrados na ideia de raça. Neste campo, posso destacar as seguintes produções: 1) Minas de almas: comércio de gente e geopolítica cristã (fim do século XVI), Revista História (USP), 2023. "Um 'Outro Mundo' e um 'Novo Mundo': geopolíticas europeias no alvorecer da modernidade", in: 1519, 2021. 2) "'Havendo escravos se restaurará tudo': trajetórias e políticas ibero-atlânticas no fim do século XVI", Portuguese Studies Review, 2017. 3) "Repúblicas da instabilidade: o domínio sobre os indígenas e africanos e a soberania régia nas Américas (1542-1549)", Revista de História da Unisinos, 2016. 4) "Guerra, domínio e soberania: experiências coloniais e império no Atlântico Sul, década de 1570", Revista de Indias, 2016. E os seguintes projetos e parcerias:1) Brasilhis, , um dos maiores bancos de dados de história do Brasil e do Atlântico na época colonial. 2) Inquisição em África, com a Dra. Vanicléia Silva Santos (Penn Museum Africa e editora do HGA X, UNESCO). Inicialmente dedicado ao início desse processo, entre os séculos XV e XVII, tenho desenvolvido esses temas na história contemporânea, analisando as legislações nacional e internacional sobre o trabalho forçado, ou análogo à escravidão, o racismo e a reconfiguração das relações de dominação, bem como as agências e resistências de negras/os e indígenas na história. Neste campo, posso destacar as seguintes produções:1) "Um homem célebre encontra um ex-homem de cor: relações sociorraciais no Brasil do pós-abolição", Almanack, 2019. 2) "Slavery, Human Trafficking and Forced Labor: Customs and Rights in History", in: Counter-conducts, 2017. Em parceria com o projeto Contracondutas: Trabalho escravo na contemporaneidade e suas especificidades na construção civil, desenvolvido com a Escola da Cidade/SP e o Ministério Público /SP.Outra vertente de pesquisa e trabalho se constituiu por meio da parceria com o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro. Em que venho analisando a história recente do Brasil, principalmente o milicianismo, decorrente da transição à democracia conduzida pelos militares entre os anos de 1970 e 1980. Em que se destaca a organização dos livros:1) Despotismo tropical: escritos do exílio francês (1976-1986). No prelo pela editora Tinta da China. 2) Encontros - Luiz Felipe de Alencastro. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2019.Minha preocupação com o impacto social das investigações em história, me levaram à elaboração do projeto Favelas, que busca oferecer meios, estrutura e estratégias para que lideranças comunitárias produzam um acervo histórico digital de favelas brasileiras. Visa, portanto, constituir uma metodologia de pesquisa e de acervo, garantir sua realização e permanência, difundindo-a entre as comunidades de favelas do Brasil. (Fonte: Currículo Lattes)