Estudo dos telômeros em tecido hipocampal de camundongos submetidos a um estresse psicossocial prolongado

Resumo

O termo estresse foi criado por Hans Selye para descrever o fenômeno da resposta corporal similar a insultos sensoriais ou psicológicos diferentes. Nos dias de hoje, mais do que nunca, o estresse faz parte da vida das pessoas, sendo que grande parte do estresse sofrido é de origem social. O estresse contínuo induz a uma série de efeitos nocivos no organismo. Estes efeitos também podem ser observados no cérebro, principalmente no hipocampo (maior concentração de receptores para corticosteroides), onde promove alterações na sua morfologia e função. Recentemente, demonstrou-se uma redução do tamanho dos telômeros em leucócitos de mulheres com alto grau de estresse. Os telômeros, que são sequências repetitivas dos nucleotídeos TTAGGG, protegem as extremidades dos cromossomos em combinação com a enzima telomerase. Telômeros e telomerase têm sido alvos de muitos estudos envolvendo o envelhecimento e morte celular. Assim, o presente trabalho propõe estudar os efeitos do estresse psicossocial prolongado em um modelo animal de subjugação/ submissão sobre a biologia telomérica do hipocampo. Camundongos C57Bl/6J machos jovens serão pareados diariamente com um camundongo agressivo por 30 min, durante 21 dias. A adequação do modelo de estresse será verificada através da análise comportamental e da concentração plasmática de corticosterona. Os tamanhos dos telômeros, a expressão gênica e atividade proteica da TERT (subunidade catalítica de telomerase, enzima envolvida diretamente com a manutenção dos telômeros) serão investigados no hipocampo dos camundongos que sofreram o estresse crônico. Com este estudo pretendemos entender melhor os mecanismos celulares e genômicos promovidos pelo estresse psicológico prolongado, de natureza social, no cérebro... (AU)