Variabilidade genética de adenovírus humanos das espécies B e C, isolados de caso de infecção respiratória aguda, em São Paulo, de 1995 a 2005

Resumo

O adenovírus humano (HAdV) é o segundo agente viral associado a quadros de infecção respiratória aguda (ARI) em crianças menores de cinco anos de idade. Este vírus pertence à família Adenoviridae, gênero Mastadenovirus e possui seis espécies (A-F), sendo os membros das espécies B (sorotipos 3 e 7) e C (sorotipos 1, 2, 5 e 6) responsáveis por infecção respiratória. O genoma viral é composto por DNA fita dupla. Neste existem cinco unidades precoces de transcrição: E1A, E1B, E2, E3 e E4 (envolvidas no controle da síntese de DNA, transcrição, transporte de mRNA para o citoplasma e imunorregulação); duas unidades intermediárias: IX e IV2a (responsáveis pela estabilização do capsídeo e estão associadas ao DNA); uma unidade tardia que processa 5 famílias de mRNA: L1-L5 (responsáveis pela montagem e estabilização da partícula viral); e uma ou duas regiões VA-RNA (inibidores da resposta imune mediada por Interferon α e ß, dependendo do sorotipo. A pressão seletiva do hospedeiro faz com que ocorram mutações no genoma viral, contribuindo para evolução desses patógeno. Essas mutações são expressas como resistência a drogas, alterações na virulência, escape da resposta imune, surgimento de genótipos recombinantes, etc. Com o objetivo de analisar a variabilidade genética de adenovírus humanos das espécies B e C, DNA dos adenovírus será extraído de amostras de secreção nasal, colhidas de crianças menores de cinco anos de idade, em São Paulo, durante o período de 10 anos (de 1995 a 2005). Regiões do DNA dos adenovírus obtidos serão sequenciadas e posteriormente analisadas por programas específicos. Serão geradas reconstruções filogenéticas para cada região genômica estudada, e as sequências serão também comparadas com sequências depositadas em bancos de dados "on line ". As regiões do genoma viral, escolhidas para este estudo (hexon, fibra, E2, região IX, E3, VA-RNA), equivalem a aproximadamente 10% de todo genoma e são representativas dos processos envolvidos na infecção do hospedeiro e eficácia da atividade viral. (AU)