Historico demografico e filogeografia em populacoes de ardea alba egretta do pantanal e rio grande do sul.

Resumo

Durante o último período glacial o clima se modificou, havendo diminuição da temperatura e da precipitação na América do Sul, ocasionando um profundo impacto na distribuição das espécies de aves aquáticas. Esse efeito deve ter sido maior nas espécies dependentes de faixas de águas rasas para o forrageamento, e nas dependentes de substrato vegetal para a construção de ninhos. A garça branca grande (Ardea alba egretta ) se inclui nesse grupo impactado de espécies aves pois forrageia preferencialmente em águas de 20-40 cm de profundidade e faz ninhos em arbustos e árvores. A proposta do trabalho é testar se as populações dessa espécie, posicionadas no Pantanal e Rio Grande do Sul foram afetadas de forma diferente durante o Ultimo Máximo Glacial. A hipótese a ser testada pressupõe que o Pantanal foi menos afetado do que o Rio Grande do Sul e que A. alba recolonizou a região do Pantanal há mais tempo do que o Rio Grande do Sul. Cinco colônias do R.G do Sul e duas colônias do Pantanal já foram amostradas. Para este estudo serão utilizadas seqüências do domínio I da região controladora do DNA mitocondrial, escolhido por ser uma região bastante variável e por permitir um estudo intra-específico. Se a hipótese levantada é verdadeira espera-se encontrar uma maior diversidade haplotipica e ocorrência de haplótipos mais antigos na região do Pantanal. Análises de estruturação populacional por Fst e AMOVA, análises filogeográficas por NCA e testes de neutralidade para expansão populacional recente serão realizados. (AU)