Irrigação por pressão negativa (ENDOVAC) versus irrigação convencional: estudo histopatológico, imunohistoquímico e histoenzimológico, em dentes de cães com lesão periapical

Resumo

A irrigação do sistema de canais radiculares é um passo extremamente importante na terapia endodôntica. A irrigação tradicional não consegue levar a solução irrigadora além de 1mm da ponta da agulha, sendo relativamente ineficaz na limpeza do terço apical das paredes dos canais radiculares. Recentemente, foi introduzido um método alternativo de irrigação do sistema de canais radiculares por meio de pressão apical negativa (EndoVac; Discus Dental, Culver City, CA) que, segundo a literatura específica, apresenta maior potencial de limpeza, segurança e grande capacidade de eliminação do conteúdo microbiano dos canais radiculares, destacando-se pela sua característica de promover menor extrusão de solução irrigadora para os tecidos periapicais. Assim, o objetivo do presente trabalho será avaliar, in vivo, por meio de estudo histopatológico, imunohistoquímico e histoenzimológico, o processo de reparo dos tecidos apicais e periapicais, após o uso da irrigação por pressão apical negativa (EndoVac), em comparação à irrigação convencional, em dentes de cães com rizogênese incompleta e lesão periapical. Um total de 40 dentes (80 canais radiculares), de 4 cães da raça Beagle, com rizogênese incompleta, serão selecionados para esse estudo e divididos em 4 grupos: I (irrigação com sistema EndoVac), II (irrigação convencional), III (dentes com lesão periapical e sem tratamento endodôntico) e IV (dentes hígidos e sem tratamento endodôntico). Decorridos 90 dias do período experimental, os animais serão mortos e o processamento histotécnico devidamente realizado. Serão obtidas seccões sagitais de 5µm de espessura, as quais serão coradas com hematoxilina e eosina (HE). A análise dos cortes será efetuada em microscópio apropriado. A análise morfométrica da extensão das lesões periapicais e do tecido mineralizado depositado na região apical, em todos os grupos, será realizada através de microscopia de fluorescência nos espécimes corados com HE. Também será realizada a coloração Brown e Brenn para avaliar a presença de bactérias e sua localização e a Histoenzimologia para Fosfatase Ácida Resistente ao Tartarato (TRAP) para a marcação de osteoclastos. As lâminas serão coradas com Vermelho de Alizarina para identificação de depósitos de cálcio em áreas de matriz mineralizada. Imunomarcações serão realizadas para osteopontina e fosfatase alcalina, utilizadas como marcadores da diferenciação osteoblástica e também para o fator de transcrição específico dos osteoblastos Runx2, essencial para a diferenciação osteoblástica. Os resultados serão expressos de maneira qualitativa, levando-se em consideração a presença/ausência e a localização das marcações. Todas as análises serão efetuadas por examinador experiente e calibrado, sem conhecimento prévio do grupo que estará sendo avaliado. Os dados obtidos serão submetidos à análise estatística apropriada, com nível de significância de 5%. (AU)