Empatia em camungongos: papel da amídala, insula e córtex cingulado anterior na modulação de respostas nociceptivas

Resumo

Sob uma perspectiva evolucionista, a empatia é expressa pela capacidade de captar sinais emocionais nos outros. Neste sentido a habilidade em perceber a dor também possui valor claramente adaptativo e evolucionário. Alguns modelos neurocientíficos, como o alojamento em pares, postulam que um estado motor, perceptivo e emocional determinado por um indivíduo ativa as representações correspondentes e processos neurais em outro indivíduo que observa esse estado. Estudos vêm sendo desenvolvidos para o esclarecimento acerca da modulação social de comportamentos emocionais em roedores, comportamento este relacionado à empatia. Trabalhos do nosso grupo demonstram que a convivência em pares é capaz de alterar a resposta nociceptiva em camundongos. Entretanto, o esclarecimento sobre como estes processos estariam se relacionando ainda permanece controverso na literatura. O objetivo deste trabalho é avaliar o papel de diferentes estruturas encefálicas como amídala, insula e cingulado anterior, sobre o efeito da convivência com o par, submetido a um modelo de dor crônica, na modulação de respostas relacionadas à nocicepção. Para isso, camundongos serão alojados aos pares a partir do desmame, aonde um deles será submetido à cirurgia de constrição do nervo ciático. Após 14 dias, os animais que conviveram com par em sofrimento, receberão microinjeções de cloreto de cobalto nas estruturas encefálicas citadas e os índices de nocicepção serão avaliados pelo teste de contorções abdominais.