Doença arterial obstrutiva periférica: análise de fatores de risco e de sucesso para amputações em único estágio

Resumo

A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) é uma afecção crônica grave que acomete, principalmente, pacientes idosos com fatores de risco para aterosclerose. Pode se apresentar de maneira insidiosa, manifesta por claudicação intermitente a grandes, médios e pequenos esforços. A evolução para isquemia crítica dos membros, caracterizada por dor em repouso, gangrenas ou úlceras isquêmicas, ocorre em cerca de 5-10% dos casos, podendo evoluir para amputação em 1,0 a 3,3%. Particularmente nos diabéticos, que possuem um risco aumentado em cerca de 5-15 vezes de desenvolver esta arteriopatia aterosclerótica em relação a não-diabéticos, a DAOP pode estar associada a infecções graves das extremidades, dificultando o salvamento desses membros. Somado a isso, pela gravidade da doença e falta de política de prevenção no sistema de saúde, grande contingente de pacientes chega aos serviços de cirurgia vascular em estágios avançados de infecção nas extremidades, com risco de septicemia e de morte, o que impõe a necessidade de amputação imediata para estes casos. Portanto, o objetivo deste trabalho será avaliar, retrospectivamente, nas amputações em único estágio, a taxa de sucesso da cicatrização primária da amputação, perfil demográfico, passado mórbido e condições de apresentação do membro acometido desses pacientes do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2011, bem como comparação dos resultados de pacientes submetidos a amputações estagiadas pelo nosso serviço no mesmo período com a mesma condição (DAOP). (AU)