Ativação das células T reguladoras na endometriose profunda

Resumo

A endometriose é uma caracterizada como a presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, que acomete cerca de 10% da população feminina mundial em idade reprodutiva. Sua fisiopatologia ainda permanece incerta, contudo o mecanismo mais aceito atualmente é o da menstruação retrógrada. Porém o fato da maioria das mulheres apresentarem menstruação retrógada, mas apenas uma parcela desenvolver endometriose ainda é uma questão intrigante. Com isso, uma teoria existente é de que essas mulheres apresentam alterações imunológicas que favoreçam a implantação do endométrio em ambiente extrauterino. De fato já foi observada alteração na expressão de algumas citocinas e células do sistema em imune em sangue periférico e fluido peritoneal de mulheres com endometriose. Porém as avaliações com relação à presença de células T e seus subtipos nessa doença ainda são muito recentes. Alguns estudos indicam que há maior presença de células T reguladoras (Treg) no fluido peritoneal dessas mulheres, o que poderia indicar um ambiente anti-inflamatório, tornando o ambiente mais propício à adesão e proliferação dessas células. Entretanto, ainda não foi analisado se essas células Treg estão de fato ativas e exercendo esse papel favorável à implantação dos focos endometriais. Para isso, este estudo tem como objetivo avaliar em células Treg de sangue periférico e fluido peritoneal de mulheres saudáveis e com endometriose profunda os marcadores de ativação de superfície celular CD45RA, CD45RO, TNFRII, CD25, HLA-DR, CD127, GITR, CTLA-4 e ICOS. Além disso, também será avaliada nas mesmas células a expressão de mRNA das citocinas IL-10, TGFB, TNFA e IL-6, com o objetivo de observar se essas células estão de fato produzindo citocinas que possam interferir na resposta imune. (AU)