A instituição radiofônica: relevância e formas da prática de rádio na contemporaneidade analógica-digital

Resumo

O projeto tem como linha argumentativa o reposicionamento da relevância do rádio na contemporaneidade, especialmente para a negociação de identidades e a manutenção do sentido de pertencimento a grupos sociais por comunidades de ouvintes. Inserida no cenário digital e transmutada em algo além de emissora de radiodifusão, a empresa radiofônica encara um cenário de concorrência ampla e aberta que exige soluções mistas, entre estratégias novas e antigas, para a manutenção de sua audiência. Propomos, então, reconhecer e destacar o espaço ocupado pelo rádio no cenário digital, bem como os impactos que vem sofrendo em termos de adequação de linguagem e, principalmente, nos usos dados pelos ouvintes. O ponto de partida é o reconhecimento da necessidade em se discutir o conceito sobre o que é rádio, para pensá-lo como uma instituição social. Essa abordagem ampla permite observar as diferentes esferas determinadas pelo conceito de rádio: os suportes tecnológicos, a linguagem, o posicionamento no mercado da comunicação, a esfera do trabalho, bem como as negociações sociais que operam sob a égide da empresa radiofônica. Por meio de uma observação empírica de emissoras de rádio selecionadas em diferentes capitais do Brasil, pretendemos construir a base de uma discussão sobre as formas de produção atuais, e em que medida elas dialogam com novos posicionamentos que os ouvintes ocupam no cenário de transição entre as tecnologias analógicas e digitais. Tal processo se completa com um amplo levantamento bibliográfico, que considera não apenas a produção intelectual brasileira, mas também aquela de outros países onde o cenário de produção radiofônica está (e esteve) relativamente melhor consolidado. (AU)