Meio ambiente costeiro face a crise do Sargassum

Resumo

Desde 2011, os encalhes pelágicos de Sargassum na bacia do Caribe tiveram consequências ambientais, de saúde, econômicas e sócio-políticas significativas e um impacto substancial no turismo. Até agora, as pesquisas tendem a confirmar a existência de um novo ecossistema sujeito a movimentos de massas de água no Atlântico equatorial. O fenômeno ocorreu em 2011 e no período 2012-2018, juntamente com aumentos na biomassa de Sargassum. Imagens de satélite são usadas para detectar balsas de Sargassum no Atlântico equatorial em resolução média. Os dados atuais da superfície do mar para a mesma área são usados para inferir a deriva passiva anual. A combinação dessas duas fontes de dados tornou possível projetar ferramentas de previsão aproximadas em escala aproximada que permanecem, no entanto, difíceis de operar na escala das zonas costeiras insulares. Esse contexto torna mais difícil gerenciar os influxos de Sargassum. O programa CESAR descreverá e explicará a dinâmica dos fluxos costeiros de Sargassum em escalas espaciais locais, seus impactos nas costas do Caribe e os vários caminhos explorados pelas instituições políticas para abordar esta questão ambiental. Isso implica aprimorar o conhecimento sobre os parâmetros de forçamento local e a dinâmica de Sargassum nas Pequenas Antilhas. O acúmulo de Sargassum na costa afeta também a dinâmica morfossedimentar das praias e o funcionamento biogeomórfico dos ecossistemas marinhos costeiros, especialmente os leitos de ervas marinhas. A caracterização desses impactos nos níveis local e regional é um grande desafio para o desenvolvimento de estratégias de adaptação à governança no contexto do Caribe, vinculando políticas ambientais, econômicas, de saúde, regulatórias e de tomada de decisão. O CESAR entregará sistemas operacionais para preparar comunidades e governos para o aparente risco futuro crescente de Sargassum alcançar a terra. (AU)