Respostas fisiológicas e moleculares de metazoários modernos submetidos às condições oceânicas do Neoproterozóico

Resumo

A relação entre o oxigênio e o surgimento e diversificação dos animais é um tema que tem sido amplamente debatido pelos cientistas ao longo de décadas. Todos os animais descritos atualmente precisam de oxigênio por pelo menos uma parte de seu ciclo de vida. Portanto, a transição de um planeta anóxico (sem oxigênio molecular livre) para um planeta oxigenado é considerada por muitos autores como um pré-requisito para o surgimento e a diversificação dos animais. No entanto, embora seja aceito que os oceanos do Neoproterozóico eram habitats com baixos níveis de oxigênio dissolvido, pouco se sabe sobre a fisiologia respiratória dos primeiros animais adaptados para viver nesses ambientes. Com o objetivo de entender como era a fisiologia respiratória dos primeiros metazoários que surgiram na Era Neoproterozóica, estamos usando análogos modernos dos primeiros metazoários como modelos para inferir aspectos sobre a fisiologia de seus ancestrais. Utilizando câmaras de simulação que recriam as condições oceânicas de oxigenação neoproterozóica, faremos comparações entre as diferenças na expressão gênica de animais submetidos aos experimentos com aqueles mantidos em situação controle. A correlação dos genes e vias metabólicas diferencialmente expressos com dados paleoambientais da Era Neoproterozóica nos permitirá fazer inferências acerca da fisiologia dos primeiros metazoários. Os processos geológicos e evolutivos que podem ter influenciado a origem e a diversificação dos metazoários podem ser grandemente elucidados pelos resultados produzidos por este projeto. (AU)