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(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

Securitizando a COVID- 19? A política de saúde global e os limites da Escola de Copenhagen

Texto completo
Autor(es):
Daniel Edler Duarte [1] ; Marcelo M. Valença [2]
Número total de Autores: 2
Afiliação do(s) autor(es):
[1] University of São Paulo - Brasil
[2] Brazilian Naval War College - Brasil
Número total de Afiliações: 2
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Contexto int.; v. 43, n. 2, p. 235-257, 2021-08-16.
Resumo

Resumo A pandemia de COVID-19 tem gerado controvérsias em torno das políticas de saúde adotadas em diferentes países. A necessidade de controlar a propagação do vírus tem sido usada como justificativa para medidas de restrição da mobilidade e para largos investimentos em dispositivos de vigilância, o que pode abrir espaço para formas não democráticas de governo. Nesse contexto, a Escola de Copenhague tem oferecido o instrumental teórico que informa muitas das análises nos campos de estudos críticos de segurança e saúde global. Segundo esta perspectiva, a securitização da COVID-19 agiliza as respostas à crise, mas guarda caráter discriminatório, contribuindo ainda para o avanço de políticas autoritárias potencialmente duradouras. Neste artigo, exploramos os debates recentes em torno das políticas de contenção da pandemia para abordar os limites políticos e analíticos da teoria da securitização. Por um lado, demonstramos que o foco em momentos de ruptura e políticas de exceção negligencia práticas de segurança que se desenvolvem no dia a dia das disputas institucionais e na construção de conhecimento especializado sobre saúde pública. Por outro, apontamos que a proposta da Escola de Copenhague impede uma genealogia dos aparatos modernos de segurança e ignora formas violentas de governo que não se manifestam em grandes atos disruptivos, mas na rotina de sociedades desiguais. Sugerimos, por fim, que a análise das disputas burocráticas e controvérsias científicas que constituem os conhecimentos e práticas dos campos de segurança e saúde permite que abordagens críticas se engajem com os múltiplos e, por vezes, mundanos processos pelos quais a (in)segurança é produzida, disseminada e contestada. (AU)

Processo FAPESP: 20/05628-1 - Laboratórios urbanos de segurança biométrica: a tecnopolítica dos dispositivos de reconhecimento facial no Brasil
Beneficiário:Daniel Edler Duarte
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado