Busca avançada
Ano de início
Entree
(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

O uso de peixes em Ilhabela (São Paulo, Brasil): preferências, tabus alimentares e indicações medicinais

Texto completo
Autor(es):
Milena Ramires [1, 2, 3] ; Matheus Marcos Rotundo [3, 4] ; Alpina Begossi [1, 2, 5]
Número total de Autores: 3
Afiliação do(s) autor(es):
[1] Univ Santa Cecilia UNISANTA, Programa Posgrad Sustentabilidade Ecossistemas Co, BR-11045040 Santos, SP - Brazil
[2] Fisheries & Food Inst FIFO, BR-11045040 Santos, SP - Brazil
[3] Univ Santa Cecilia UNISANTA, AZUSC, BR-11045907 Santos, SP - Brazil
[4] Inst Pesca, Programa Posgrad Aquicultura & Pesca, BR-05001900 Sao Paulo - Brazil
[5] Univ Estadual Campinas UNICAMP, Ctr Memoria UNICAMP CMU, Lab Capacitacao Pescadores Artesanais Manejo Pesc, BR-13083970 Campinas, SP - Brazil
Número total de Afiliações: 5
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Biota Neotropica; v. 12, n. 1, p. 21-29, 2012-03-00.
Resumo

Este trabalho foi realizado em três comunidades de pescadores artesanais de Ilhabela, localizadas no litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil. O objetivo foi analisar as preferências, os tabus e as indicações medicinais dos peixes e, desta forma, representar as interações dos pescadores com os recursos pesqueiros, visando entender os aspectos biológicos e culturais envolvidos. A coleta dos dados foi realizada através de entrevistas com o auxílio de questionários semi-estruturados. Foram entrevistadas 25 famílias, das 29 residentes nas três comunidades estudadas durante a coleta de dados, sendo que 5 delas foram realizadas na Praia do Jabaquara, 6 na Praia da Fome e 14 na Praia da Serraria. Foram citadas 18 consideradas preferidas para o consumo, 11 espécies consideradas como tabus, 5 espécies evitadas e 4 indicadas no caso de doenças. As famílias de pescadores preferem consumir peixes de escama e não consomem o baiacu, este último provavelmente devido a sua característica tóxica. Peixes como bonito, espada, cação, sororoca e cavala são evitados em casos como feridas, inflamações, gravidez e pós parto e outros como pirajica, marimba, anchova e garoupa são indicados como peixes medicinais nestas situações. Aspectos relativos ao consumo de pescado fazem parte do corpo de conhecimento dos pescadores e suas famílias e constituem um acervo rico de informações que somadas as informações biológicas são úteis para a conservação dos recursos pesqueiros. Dados como os apresentados nesse estudo, com relação ao uso de animais aquáticos para tratamento de doenças, podem servir de base para estudos futuros sobre substâncias que contenham elementos ativos na cura de doenças. (AU)

Processo FAPESP: 04/02183-6 - Etnoictiologia, dieta e tabus alimentares dos pescadores artesanais de Ilhabela, Litoral Norte de São Paulo
Beneficiário:Milena Ramires de Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
Processo FAPESP: 01/05263-2 - Etnoecologia do mar e da terra na costa paulista da Mata Atlântica: áreas de pesca e uso de recursos naturais
Beneficiário:Alpina Begossi
Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Programa BIOTA - Temático