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(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

Hemoglobinúria paroxística noturna: da fisiopatologia ao tratamento

Texto completo
Autor(es):
Martha Mariana de Almeida Santos Arruda [1] ; Celso Arrais Rodrigues [2] ; Mihoko Yamamoto [3] ; Maria Stella Figueiredo [4]
Número total de Autores: 4
Afiliação do(s) autor(es):
[1] Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Hematologia e Hemoterapia
[2] Universidade Federal de São Paulo. Disciplina de Hematologia e Hemoterapia
[3] Universidade Federal de São Paulo. Disciplina de Hematologia e Hemoterapia
[4] Universidade Federal de São Paulo. Disciplina de Hematologia e Hemoterapia
Número total de Afiliações: 4
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Revista da Associação Médica Brasileira; v. 56, n. 2, p. 214-221, 2010-00-00.
Resumo

Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma anemia hemolítica crônica adquirida rara, de curso clínico extremamente variável. Apresenta-se frequentemente com infecções recorrentes, neutropenia e trombocitopenia, e surge em associação com outras doenças hematológicas, especialmente com síndromes de falência medular, como anemia aplásica e síndrome mielodisplásica. É considerada ainda um tipo de trombofilia adquirida, apresentando-se com tromboses venosas variadas, com especial predileção por trombose de veias hepáticas e intra-abdominais, sua maior causa de mortalidade. A tríade anemia hemolítica, pancitopenia e trombose faz da HPN uma síndrome clínica única, que deixou de ser encarada como simples anemia hemolítica adquirida para ser considerada um defeito mutacional clonal da célula-tronco hematopoética (CTH). A mutação ocorre no gene da fosfaditilinositolglicana classe-A, e resulta no bloqueio precoce da síntese de âncoras de glicosilfosfaditilinositol (GPI), responsáveis por manter aderidas à membrana plasmática dezenas de proteínas com funções específicas. A falência em sintetizar GPI madura gera redução de todas as proteínas de superfície normalmente ancoradas por ela. Dentre elas estão o CD55 e o CD59, que controlam a ativação da cascata do complemento. Assim, na HPN há aumento da susceptibilidade de eritrócitos ao complemento, gerando hemólise. Revisa-se aqui sua fisiopatologia, curso clínico, os tratamentos disponíveis com ênfase para o transplante de células-tronco hematopoéticas alogênicas e para o eculizumab, um anticorpo monoclonal humanizado que bloqueia a ativação do complemento terminal no nível C5 e previne a formação do complexo de ataque à membrana, a primeira droga a demonstrar eficácia no tratamento da HPN. (AU)

Processo FAPESP: 04/12342-4 - Avaliacao da contribuicao de genes nao relacionados ao pig-a na patogenese da hemoglobinuria paroxistica noturna.
Beneficiário:Maria Stella Figueiredo
Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular