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(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

Frugivoria em Margaritaria nobilis L.f. (Euphorbiaceae): pouco investimento em recursos e mimetismo

Texto completo
Autor(es):
Eliana Cazetta [1] ; Liliane S. Zumstein [2] ; Tadeu A. Melo-Júnior [3] ; Mauro Galetti [4]
Número total de Autores: 4
Afiliação do(s) autor(es):
[1] IUniversidade Estadual Paulista (UNESP). Departamento de Ecologia. Laboratório de Biologia da Conservação - Brasil
[2] IUniversidade Estadual Paulista (UNESP). Departamento de Ecologia. Laboratório de Biologia da Conservação - Brasil
[3] Universidade de Franca (UNIFRAN) - Brasil
[4] IUniversidade Estadual Paulista (UNESP). Departamento de Ecologia. Laboratório de Biologia da Conservação - Brasil
Número total de Afiliações: 4
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Rev. bras. Bot.; v. 31, n. 2, p. 303-308, 2008-06-00.
Resumo

Frutos deiscentes de Euphobiaceae usualmente apresentam dois estágios de dispersão de sementes, sendo autocórico seguido por mirmecocórico. Dois estágios de dispersão de sementes de Margaritaria nobilis foram descritos, sendo o primeiro autocórico seguido por ornitocórico. Os frutos deiscentes desta espécie são verdes e quando caem da copa para o solo, abrem e expõe as cocas azuis metálicas. O sistema de dispersão de sementes de Margaritaria nobilis foi estudado em uma floresta semi-decídua no Brasil. Em 80 horas de observações focais, registram-se apenas 12 visitas de frugívoros, no entanto o sabiá Turdus leucomelas foi o único frugívoro que ingeriu os frutos na copa da árvore. Pitylus fuliginosos (Fringilidae) e Pionus maximiliani (Psittacidae) são principalmente consumidores de polpa, derrubando as sementes abaixo das árvores. No chão da floresta, após a deiscência dos frutos, gralhas (Cyanocorax chrysops), jacus (Penelope superciliaris), pombas (Geotrygon montana) e catetos (Pecari tajacu) foram observados consumindo os frutos azuis de Margaritaria nobilis. Experimentos em cativeiro mostraram que maritacas (Pionus maximiliani), tucanos (Ramphastos toco), gralhas (Cyanochorax chrysops) e jacus (Penelope superciliaris) consumiram os frutos e não predaram as sementes antes do consumo. As sementes coletadas das fezes não germinaram apesar de apresentarem alta viabilidade. Os dois estágios de dispersão de sementes de M. nobilis assemelham-se com a estratégia de dispersão de algumas espécies miméticas. Embora as sementes de M. nobilis estejam associadas com um endocarpo, esses apresentam um baixo investimento em nutrientes e consistente com esta hipótese, M. nobilis compartilha características importantes com outros frutos miméticos, como displays coloridos, longa dormência das sementes e proteção por compostos secundários. (AU)

Processo FAPESP: 03/08447-2 - Variação morfológica e química dos frutos na escolha dos animais frugívoros da Mata Atlântica
Beneficiário:Eliana Cazetta
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto