Isolamento e caracterização de cepas de Trypanosoma cruzi a partir de triatomíneos silvestres capturados na região de Marília

Resumo

A transmissão natural da tripanossomíase americana se estende por uma área compreendida desde o sul dos Estados Unidos até a província de Chubut, na Argentina, embora a presença de triatomíneos não se limite ao continente americano. São conhecidas atualmente mais de 137 espécies de triatomíneos e ainda que todas sejam potencialmente transmissoras de Trypanosoma cruzi, apenas algumas têm importância em saúde pública, devido à capacidade antropofílica e de domiciliação. Devido à imensa área considerada como endêmica no Brasil, em 1975 iniciou-se em nível nacional, o programa de controle da transmissão vetorial, tendo como alvo Triatoma infestans. Atualmente, encontram-se alguns focos residuais desse triatomíneo ao oeste da Bahia e Noroeste do Rio Grande do Sul. Na região do município de Marília ocorreram nos últimos seis anos 122 notificações de triatomíneos, onde T. sordida foi a espécie mais capturada. Estudos recentes realizados no período de 1990 a 2006 em 645 municípios do Estado de São Paulo demonstraram um aumento de infestação por triatomíneos de 1,2% em 1990 para 2,9% em 2006, sendo a região Noroeste, a que apresentou maior aumento. Assim, torna-se importante a busca por triatomíneos silvestres na região de Marília para conhecer a real situação do ciclo silvestre do T. cruzi. (AU)