Doses de concentrado com ou sem gordura inerte para vacas em lactação mantidas em pasto de capim elefante

Resumo

Pastagens tropicais bem manejadas e fertilizadas com altas doses de nitrogênio, com o objetivo de suportarem altas cargas animais, têm teores elevados de proteína bruta, normalmente entre 14 a 22% da MS. Nessas condições, produções diárias de leite da ordem de 20 kg/vaca no terço médio de lactação são obtidas com suplementação de concentrado energético apenas, sem resposta à inclusão de farelo de soja na mistura. De modo geral, a energia é sempre o fator mais limitante à produção de vacas leiteiras nessas pastagens. O déficit energético da vaca em pastagem tropical é agravado pelo estresse calórico que ocorre durante a primavera e verão. A redução do consumo de matéria seca, principalmente de pasto é um mecanismo de defesa do animal para reduzir a produção interna de calor. Essa redução em consumo explica parte, mas não toda a queda em volume de leite produzido pela vaca sob estresse calórico. Vacas sob estresse calórico reduzem sua capacidade de mobilizar gordura e passam a utilizar preferencialmente glicose como fonte de energia, reduzindo o aporte deste nutriente essencial para a síntese de leite. Para vacas de bom potencial de produção e mantidas em pastagens tropicais durante o verão em condições de estresse calórico que leva à redução no consumo de pasto, a inclusão de fontes ricas em gordura no concentrado pode se constituir em estratégia interessante para aumentar o seu consumo de energia. A suplementação com fontes de gordura permite aumentar o consumo de energia sem aumentar ou até reduzindo o risco de distúrbios ruminais causados pelo excesso de carboidratos não fibrosos na dieta. (AU)