Anticorpos Monoclonais Humanos Anti-Toxoide Tetânico

Resumo

Os anticorpos, principalmente os monoclonais, são importantes ferramentas para tratamento e diagnóstico, pois mostram alta especificidade de ligação ao antígeno. Os estudos com anticorpos monoclonais ganharam grande incentivo na década de 70 quando se desenvolveu a técnica de produção de hibridomas. Graças a essa ferramenta, houve grande aumento nas pesquisas relacionadas ao tratamento e diagnóstico de diversas patologias. Porém, em alguns casos, somente anticorpos policlonais obtidos pela imunização de animais estão disponíveis, caso dos anticorpos para imunoterapia passiva de pacientes com tétano, raiva, difteria, botulismo, etc.. Ainda que eficientes, sendo utilizados há mais de um século, os anticorpos policlonais são geralmente de origem animal, constando de proteínas heterólogas, as quais podem incitar a resposta imune do paciente, produzindo imunogenicidade, diminuindo a eficácia e comprometendo possíveis futuros tratamentos.O antígeno escolhido para este projeto é o toxoide tetânico. O tétano é uma doença neurológica causada pela toxina produzida pelo bacilo Clostridium tetani. O tratamento disponível para o tétano, além da profilaxia da vacina, é a utilização do soro hiperimune produzido em cavalos. Neste projeto vamos utilizar uma metodologia inovadora, recentemente desenvolvida no laboratório do Prof. Michel Nussenzweig (Rockfeller) para gerar anticorpos monoclonais humanos a partir da identificação e seleção de linfócitos B humanos isolados de indivíduos que foram imunizados com a vacina antitetânica. As sequências gênicas do repertório de células B selecionadas serão amplificadas e clonadas em vetor para expressão em células HEK. Os variantes produzidos serão purificados e caracterizados por afinidade, especificidade, reações cruzadas e capacidade de neutralização do toxóide tetânico. Além da importância da obtenção de anticorpos monoclonais humanos contra tétano, proposta deste projeto, a metodologia desenvolvida poderá ser utilizada, no futuro, para geração de anticorpos humanos para outros antígenos.