Avaliação da resposta imune induzida por uma vacina oral contra E. coli pertencentes aos sorogrupos O26 e O111

Resumo

No Brasil, E. coli pertencentes aos sorogrupos O26 e O111 se encontram entre os patógenos mais isolados em crianças e no gado com diarreia. Em acréscimo, essas bactérias são responsáveis por surtos de diarreia com sangue e síndrome hemolítica urêmica (SHU) em países desenvolvidos. Levando-se em consideração que mais de 80% da população da América Latina não tem acesso à água tratada e ao saneamento básico, a melhor maneira de se prevenir diarreia causada por E. coli é a vacinação. Todavia, no caso de E. coli pertencentes aos sorogrupos O26 e O111, anticorpos gerados pela vacina devem ser capazes de reconhecer as diferentes categorias e linhagens clonais pertencentes a esses sorogrupos. Demonstramos anteriormente que anticorpos contra o polissacarídeo O111 do LPS de E. coli são capazes de reconhecer e inibir a adesão a células epiteliais humanas de todas as categorias de E. coli pertencentes a esse sorogrupo: E. coli produtora de toxina shiga (STEC), E. coli enteropatogênica (EPEC) e E. coli enteroagregativa (EAEC). Observamos também que a imunização oral de camundongos com uma vacina conjugada contra o antígeno O111 do LPS foi capaz de gerar anticorpos IgA na mucosa capazes de reconhecer todas as categorias de E. coli pertencentes a esse sorogrupo. Esses resultados indicam que uma vacina conjugada que utilize os antígenos O111 e O26 do LPS como alvo tem o potencial de prevenir diarreia causada por qualquer cepa de E. coli pertencentes a esses sorogrupos independente do mecanismo de virulência das mesmas. Devido ao impacto socioeconômico induzido por E. coli pertencentes aos sorogrupos O26 e O111, esse projeto visa o desenvolvimento de uma vacina oral que gere anticorpos capazes de reconhecer e inibir a adesão de todas as linhagem clonais pertencentes a esses sorogrupos. (AU)