Alterações no tecido adiposo associada à obesidade: avaliação da modulação por receptores de adenosina.

Resumo

O infiltrado de macrófagos e a capacidade de produção de substâncias com atividade pró-inflamatórias pelo tecido adiposo apontam para a possibilidade deste tecido contribuir para o estabelecimento e manutenção de um quadro de inflamação crônica nos indivíduos obesos, num evento que precede a instalação da resistência à insulina nos tecidos periféricos associada à obesidade. O aumento dos níveis de ácidos graxos livres circulantes decorrentes da resistência à insulina no tecido adiposo parece resultar no acúmulo destes em tecidos como o músculo esquelético, fígado, pâncreas e coração levando ao desenvolvimento de patologias como o diabetes tipo 2.Os níveis de adenosina aumentam durante a inflamação e modulam respostas inflamatórias e metabólicas. A ativação de receptores adenosinérgicos A1 exerce efeitos pró-inflamatórios enquanto a ativação de receptores A2A resulta em ações antiinflamatórias, como a inibição da produção de citocinas, incluindo o TNF-a, que é produzido pelo tecido adiposo e participa no estabelecimento da resistência à insulina. A ativação de receptores A1 exerce um efeito antilipolítico que atua como um fator importante no controle da liberação de ácidos graxos livres e do metabolismo durante a obesidade. A adenosina também pode modificar eventos relacionados à adipogênese e remodelamento tecidual, importantes na expansão do tecido adiposo. Assim, os objetivos deste projeto são ampliar o conhecimento sobre a participação dos receptores de adenosina na modulação das alterações metabólicas, inflamatórias e morfológicas que se estabelecem no tecido adiposo durante a obesidade, utilizando agonistas seletivos e não-seletivos em modelo de obesidade induzida por dieta hiperlipídica em camundongos e abordagens in vitro com linhagens celulares de adipócitos e macrófagos. (AU)