Estrutura em mosaico geográfico da interação entre espécies de Krameria Loefl. (Krameriaceae) e abelhas coletoras de óleo

Resumo

As interações entre as espécies, resultando em respostas evolutivas, podem ser definidas pela forma como uma espécie utiliza a outra como recurso. A polinização é um processo passivo realizado enquanto os visitantes florais exploram recursos produzidos pelas flores. Variações na interação planta-polinizador podem ser observadas ao longo da distribuição das espécies interagentes, formando um mosaico geográfico no qual em alguns locais a interação beneficia os parceiros e em outros, prejudica uma das partes. O presente trabalho propõe-se avaliar os graus de reciprocidade na interação entre as espécies de Krameria ocorrentes no Brasil e abelhas coletoras de óleo (Centridini) ao longo de sua distribuição geográfica, baseando-se na teoria de mosaico geográfico da coevolução. O gênero Krameria está representado no Brasil pelas espécies K. argentea Mart. ex Spreng., K. bahiana B. Simpson, K. grandiflora A.St.-Hil., K. spartioides Klotzsch ex O.Berg e K. tomentosa A.St.-Hil. O estudo terá como ponto de partida a distribuição de K. tomentosa, que tem sido a mais registrada e, aparentemente, a mais abrangente, com ocorrência principalmente nos domínios Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado. Áreas de Unidades de Conservação e nas quais K. tomentosa co-ocorre com outras espécies do gênero serão priorizadas. Em cada domínio, três populações de K. tomentosa e seus polinizadores serão amostrados. Variáveis envolvidas na interação serão mensuradas e avaliadas entre as populações. Espera-se encontrar populações em diferentes níveis de interação recíproca ao longo da distribuição das espécies interagentes.