Empatia em camundongos: avaliação de comportamentos relacionados à depressão e o efeito dos antidepressivos imipramina e sertralina em camundongos submetidos ao teste de suspensão da cauda

Resumo

A capacidade para empatia talvez seja fator principal contribuinte para evolução da espécie humana. Esta capacidade de compreensão emocional do outro está intimamente ligada a diversas habilidades que os humanos possuem e neste sentido, indivíduos empáticos são mais bem-sucedidos em relações pessoais e profissionais. Entretanto, a falta de empatia ou excesso pode levar a depressão. Evidências clínicas e com modelos animais demonstram que em geral, quadros de dor crônica, podem produzir alterações emocionais e, da mesma forma, alguns transtornos emocionais podem causar dor crônica. Os antidepressivos são fármacos de escolha para o tratamento dessas alterações. Estudos recentes têm demonstrado que outras espécies, como por exemplo, os roedores possuem também capacidade de empatia. Neste sentido camundongos que observam o coespecífico com dor crônica, quando avaliados em modelos de nocicepção, respondem com aumento da resposta nociceptiva, ou seja, apresentam empatia. Este estudo tem como objetivo avaliar se o convívio com um coespecífico, submetido a um modelo de dor crônica, altera comportamentos relacionados à depressão em camundongos, e a possível modulação pelos antidepressivos imipramina e sertralina. Para isto, camundongos machos da linhagem Suíço-albino, serão distribuídos em três experimentos. No Experimento 1, os roedores serão alojados em pares após desmame por um período de 28 dias. Após 14 dias de convívio, um animal do par será submetido à cirurgia de constrição do nervo ciático ou não e, após a cirurgia, o par permanecerá em convívio por mais 14 dias. Após este período, todos os camundongos que conviveram com seus respectivos pares em quadro de dor crônica ou não, passarão pelo teste de suspensão da cauda (TSC), para medida dos índices de depressão, latência para imobilidade e tempo total de imobilidade, por 6 minutos. Nos Experimentos 2 e 3, semelhante ao Experimento 1, exceto que no 28 dia os animais deverão receber tratamento com imipramina e/ou sertralina, respectivamente, 30 minutos antes do teste (TSC) para medida dos índices de depressão. (AU)