Estudo da evolução química de gelos astrofísicos na vizinhança de objetos estelares jovens empregando dados experimentais no infravermelho e modelagem computacional

Resumo

Tem sido mostrado através de observações com os telescópios no infravermelho ISO (Infrared Space Observatory) e SST (Spitzer Space Telescope), que existem gelos astrofísicos na vizinhança de obetos estelares jovens (protoestrelas). Dentre eles, podem-se citar os gelos de H2O, CO, CO2, NH3, CH3OH, CH4, HCOOH, H2CO, CH3CHO. Paralelo às observações dos espectros de protoestrelas, diversos trabalhos experimentais têm mostrado que gelos complexos são formados quando moléculas simples interagem com fótons e partículas energéticas, como em um cenário que é típico de regiões de formação estelar. Durante este projeto, iremos aplicar os dados no infravermelho de gelos astrofísicos processados por radiação ionizante em modelos computacionais de transferência radiativa (RADMC-3D, ProDiMo). Os dados experimentais serão obtidos, em princípio no laboratório LASA/Univap (UV, raios-X moles e elétrons) e laboratório GANIL na França (íons pesados - MeV) Através disso, vamos simular os observáveis físicos obtidos com telescópios espaciais no infravermelho. Este estudo permitirá obter os índices de refração complexos de várias moléculas, além de mostrar como varia a força da banda de várias ligações moleculares, que é um parâmetro fundamental para estimar abundâncias de espécies sólidas. Além disso, iremos investigar se a presença de moléculas complexas em torno de protoestrelas é resultado único do campo de radiação do cenário atual de protoestrelas classe I e T-Tauri, ou se a química observada é produto do processamento pelo campo de radiação interestelar dos gelos na nuvem primordial.