Exposição de ratas Wistar lactantes ao veneno do escorpião Tityus bahiensis: efeitos na composição do leite e nos níveis de neurotransmissores e citocinas maternos e da prole.

Resumo

O escorpionismo é considerado um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo o Serviço de Agravos de Notificação (SINAN) no portal do Ministério da Saúde, os acidentes com mulheres no período fértil de suas vidas representaram mais de 40% dos casos entre os anos de 2007 a 2012. Desta forma, a possibilidade de uma gestante ou uma lactante serem picada por um escorpião é grande e o estudo das possíveis consequências para o feto ou para o neonato torna-se de extrema importância. Em trabalhos anteriores observamos que, quando o veneno do escorpião Tityus bahiensis é administrado em ratas durante a gestação ou a lactação, ocorrem alterações no desenvolvimento físico, reflexológico e comportamental da prole, tanto na fase perinatal como na idade adulta, assim como alterações nos níveis de algumas citocinas na prole. Por outro lado, ainda não foram estabelecidos os mecanismos pelos quais estes efeitos ocorrem. Desta forma, analisaremos a composição do leite de ratas tratadas com veneno do escorpião Tityus bahiensis durante o aleitamento para verificar se o veneno está presente e se este pode afetar a estrutura das glândulas mamárias comprometendo a qualidade do leite produzido ou se pode chegar diretamente aos filhotes afetando o seu desenvolvimento. Além disso, verificaremos os níveis de alguns neurotransmissores em estruturas cerebrais destas mães e de seus filhotes e de algumas citocinas no leite e no sangue das mães e no sangue e cérebro dos filhotes uma vez que os níveis de neurotransmissores e de citocinas são fundamentais para um bom desenvolvimento do indivíduo em formação. (AU)