Potencial para sistemas cupríferos do tipo associado a sequências sedimentares clásticas (clastic-dominated type) e skarn no domínio Carajás (PA): o exemplo dos depósitos açaí e angelica

Resumo

A Província Mineral de Carajás corresponde a um importante domínio arqueano localizado no sudoeste do Cráton Amazônico. A Província Carajás subdivide-se em dois domínios: o Rio Maria e Carajás. Sequências vulcanossedimentares atribuídas ao Supergrupo Itacaiúnas (ca. 2,75 Ga), em conjunto com intrusivas máficas e félsicas do Neoarqueano (ca 2,75 Ga), além de rochas Mesoarqueanas do embasamento, hospedam diferentes tipos de sistemas cupríferos no Domínio Carajás. Dentre esses sistemas cupríferos incluem os do tipo Iron Oxide-Copper-Gold (IOCG), Cu-polimetálico e, menos frequente, sulfetos maciços vulcanogênicos (VHMS). No entanto, trabalhos de exploração de nível greenfields desenvolvidos pela VALE no setor oeste do Domínio Carajás, na região denominada de Aquiri, identificaram sistemas cupríferos com características preliminarmente atribuídas aos tipos associados a rochas sedimentares clásticas (Clastic-Dominated type, ou tipo CD) e Skarn. Esses são os casos dos alvos exploratórios Açaí e Angélica que se inserem no contexto geológico do Grupo Aquiri, Supergrupo Itacaiúnas. O sistema cuprífero do tipo CD, mais abrangente, hospeda-se em sequências metassedimentares siliciclásticas resultando em uma mineralização com calcopirita, pirita e pirrotita. O sistema cuprífero do tipo Skarn, de ocorrência mais restrita, caracteriza-se pela associação diopsídio - actinolita - granada - quartzo - feldspato potássico e mineralização com calcopirita-pirita+magnetita+molibdenita. De forma a elucidar e avaliar de forma sistemática o potencial do Domínio Carajás para depósitos de cobre dos tipos CD (que abrange SEDEX) e skarn, propõe-se o estudo geológico e metalogenético dos alvos Açaí e Angélica por meio da (1) caracterização das rochas hospedeiras, zonas de alteração hidrotermal bem como das mineralizações cupríferas associadas; (2) datação das rochas metassedimentares clásticas hospedeiras e intrusivas; (3) análise de isótopos estáveis de S, C e O da associação mineral representativa de cada evento mineralizante; e (4) microtermometria de inclusões fluidas em cristais de quartzo das zonas mineralizadas. (AU)