Bartonella spp. em morcegos cavernícolas e seus dípteros ectoparasitos: diversidade, relações filogenéticas e rede de interações

Resumo

Os morcegos são mamíferos ecologicamente diversos, principalmente conhecidos por desempenharem importantes funções na manutenção dos ecossistemas, através da dispersão de sementes, polinização e controle de insetos. No Brasil, pelo menos 72 espécies de morcegos, das 182 conhecidas, utilizam cavernas como abrigo onde podem formar grandes agregações. Na região nordeste do país, por exemplo, algumas cavernas concentram populações de morcegos que podem atingir mais de 100.000 indivíduos e algumas abrigam, simultaneamente, até 10 espécies. Os morcegos também são reconhecidos como importantes reservatórios naturais para diversos agentes patogênicos que podem ocasionar doenças em diversos grupos de animais, incluindo humanos. Dentre esses agentes patogênicos, uma atenção especial tem sido dada às bactérias do gênero Bartonella, cuja transmissão é mediada, principalmente, por artrópodes vetores. Estudos recentes também detectaram Bartonella spp. em dípteros ectoparasitos de morcegos da família Streblidae, indicando o potencial papel destes artrópodes como vetores. Os morcegos são importantes candidatos para estudos sobre questões envolvendo agentes patogênicos porque apresentam grande diversidade ecológica, riqueza de espécies, capacidade de dispersão e são hospedeiros para diversos organismos com potencial zoonótico e vetor. Neste contexto, o presente projeto tem como escopo central desvendar a diversidade, as relações filogenéticas e as redes de interações de genótipos de Bartonella detectados em morcegos cavernícolas e seus dípteros ectoparasitos em quatro estados do nordeste do Brasil. Dentre os resultados a serem alcançados, espera-se fomentar a pesquisa sobre Bartonella spp., fornecendo uma base científica para estudos futuros, no país e no mundo, sobre prevenção e controle.