Doação de sangue entre gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens após a flexibilização das políticas de diferimento no Brasil

• Processo: 23/10473-5
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2026
• Área do conhecimento: Ciências da Saúde - Saúde Coletiva - Saúde Pública
• Pesquisador responsável: Edson Zangiacomi Martinez
• Beneficiário: Edson Zangiacomi Martinez
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Inês Santos Estevinho Fronteira ; Miriane Lucindo Zucoloto
• Bolsa(s) vinculada(s): 24/05007-8 - Obtenção e organização de informações sobre a doação de sangue entre gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens, BP.TT
• Assunto(s): Comportamento sexual Práticas
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: comportamento sexual | Doação de sangue | Homens que fazem sexo com homens | Práticas | Saúde Pública

Resumo

Introdução: Até abril de 2020, as normativas brasileiras referentes à doação de sangue por homens gays, bissexuais e outros homens que têm relações sexuais com homens (gbHSH) determinavam que essa população fosse temporariamente considerada inapta para doação por um período de 12 meses após a última relação sexual de risco. No entanto, em maio de 2020, essa restrição foi abolida devido a pressões resultantes da diminuição das doações durante a pandemia de covid-19 e aos avanços dos estudos sobre novas terapias para reduzir os riscos de infecção por HIV por transfusão de plasma sanguíneo. Apesar dessa mudança, até o momento, não foram realizados estudos para examinar especificamente a doação de sangue por gbHSH. Esta proposta de pesquisa tem o objetivo de preencher essa lacuna e analisar essa prática. Objetivos primários: (a) Investigar a prática da doação de sangue entre gbHSH no Brasil após o fim das políticas de exclusão dessa população. (b) Avaliar a percepção de acessibilidade da população de gbHSH à doação de sangue, considerando aspectos geográficos, econômicos, culturais e funcionais. (c) Descrever a percepção de longitudinalidade e consequente vinculação ao banco de sangue. Objetivos secundários: (a) Atualizar os dados sobre a prática de doação de sangue de gbHSH, comparando os dados obtidos em um período anterior ao fim das regras de exclusão e dados a serem coletados por essa pesquisa, três anos após o fim das regras. (b) Avaliar o nível de desconforto de gbHSH doadores de sangue ao responderem perguntas adicionais sobre o seu comportamento sexual no processo de triagem para doação de sangue, usando uma abordagem neutra,. (c) Estimar o impacto da flexibilização das políticas de diferimento no Brasil no risco transfusional, por meio de um modelo estatístico Bayesiano. (d) Avaliar a prevalência da prática de chemsex (uso de drogas em contextos sexuais) e slamming (uso de drogas injetáveis nestes contextos) entre a população gbHSH. (e) Investigar a prevalência de uso de aplicativos móveis para encontros sexuais na população gbHSH. Métodos: Trata-se de um estudo transversal considerando a população brasileira de gbHSHs, com amostragem não probabilística obtida por meio do método bola de neve virtual. O estudo será conduzido em cinco etapas: a) mapeamento de organizações parceiras; b) contato e consolidação das parcerias; c) seleção das sementes para o método bola de neve; d) coleta de dados; e) aplicação do modelo bayesiano para estimar o impacto das novas políticas no risco transfusional. Os questionários serão disponibilizados online e aplicados utilizando a ferramenta de captura eletrônica de dados REDCap. O questionário online conterá várias seções, incluindo dados sociodemográficos, práticas da doação de sangue, percepção de acessibilidade e desconforto em responder perguntas adicionais sobre comportamentos sexuais na entrevista de triagem nos bancos de sangue. (AU)