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O Moisés de Freud: eixo de pesquisa individual e conjunta em torno de uma psicanálise e uma filosofia decoloniais e/ou pós-colonialistas

Processo: 21/02078-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Jovens Pesquisadores
Data de Início da vigência: 01 de junho de 2025
Data de Término da vigência: 31 de maio de 2030
Área do conhecimento:Interdisciplinar
Pesquisador responsável:Alessandra Affortunati Martins
Beneficiário:Alessandra Affortunati Martins
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Pesquisadores associados:Aléxia Cruz Bretas ; Aline Souza Martins ; Ana Carolina Minozzo ; Andréa Máris Campos Guerra ; Érico Andrade Marques de Oliveira ; Esther Leslie ; Jessica Kellen Rodrigues ; Léa Carneiro Silveira ; Maria Cristina Longo Cardoso Dias ; Miriam Debieux Rosa ; Olgária Chain Féres Matos ; Omar David Moreno Cárdenas ; Suely Aires Pontes
Assunto(s):Filosofia moderna  Filosofia contemporânea  Sigmund Freud  Decolonialidade  Pós-colonialismo  Psicanálise 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Filosofia Moderna e Contemporânea | Freud | Moisés | Perspectiva Decolonial | pós-colonialismo | Psicanálise | Filosofia Moderna e Contemporânea e Psicanálise

Resumo

A pesquisa pretende avaliar uma extensa literatura filosófica e psicanalítica com o objetivo de repensar, à luz de estudos pós-colonialistas e/ou decoloniais, alguns eixos de sustentação dessas áreas de estudos que têm se mostrado insuficientes aos princípios emancipatórios que, supõe-se, deveriam orientá-las nas sociedades contemporâneas. Na intersecção entre filosofia e psicanálise, o marco da discussão pós-colonial e/ou decolonial se deu com análises de Frantz Fanon e, no Brasil, com elaborações teóricas de Lélia Gonzalez e outros(as) que os seguiram. Entretanto, é possível identificar, já no próprio Freud, um feixe extremamente potente de ideias em torno do qual se concentra uma série de camadas a serem desdobradas a partir de leituras pós-colonialistas e/ou decoloniais da psicanálise e da filosofia: tais ideias se localizam na caracterização de seu Moisés, tal como apresentada em Moisés e o monoteísmo. Em 2003 foi publicado Freud e os não-europeus, debate entre Edward Said, Jacqueline Rose e Christopher Bollas sobre o Moisés de Freud. Ali, Said mostra haver um rasgo no seio da psicanálise freudiana que permitiria estudos não-colonialistas a partir de uma releitura de Freud e, por extensão, da psicanálise de viés ocidental-europeu como um todo. Em pesquisa anterior, busquei realizar parcialmente esse esforço, mas em função das numerosas camadas a serem exploradas e esmiuçadas, esta pesquisa se propõe a avançar nesses estudos, agora reunindo uma série de pesquisadores capazes de abordar o assunto com profundidade e por diferentes prismas. O vínculo institucional para a realização da pesquisa também tem um papel importante: a Cátedra Edward Said (UNIFESP), que reúne vários estudiosos e colaboradores especialistas no assunto a ser explorado. Além de desempenhar seu ofício clínico, o psicanalista cumpre a função de historiador de memórias e afetos, enredados aos diferentes eventos que formam a história das civilizações. Hegel concebeu a história como o desdobrar do Espírito no tempo, estabelecendo uma aliança inextrincável entre universalidade e particularidade. Com isso, inaugura-se a exigência de incorporar uma dimensão concreta da temporalidade na cadeia do pensamento; todavia, essa dimensão histórica só ganhará seu verdadeiro peso na passagem do idealismo alemão para o método materialista-histórico-dialético. Tal método de pesquisa toma as relações materiais, de caráter econômico, bem como conflitos entre classes sociais, como fatores dinâmicos de transformações de forças político-sociais e produtivas. Trata-se de uma inversão: não são as ideias a formarem o campo social, mas as bases concretas de produção e de conflitos de interesses entre classes a erguerem uma superestrutura. À materialidade econômica - estruturas de produção e sua organização social - e às superestruturas sociais seria possível acrescer outra camada de equiparável peso na composição do caráter material determinante da configuração estrutural da sociedade: vibrações afetivas, que, como mostrou Freud, impregnam inclusive palavras e ideias - representações. Há um paralelo entre afetos que se desdobram nas relações humanas palpáveis e marcam a vida anímica e o trabalho que são o solo das diferentes superestruturas sociais. Esta pesquisa fixa-se no campo freudo-marxista, tomando como referência vários autores que herdaram essa interconexão como eixo de suas investigações. Com a tarefa de pensar dinâmicas político-sociais e afetivas historicamente moldadas, trata-se de estabelecer leituras espaço-temporais (históricas, geopolíticas e culturais) para delas extrair modulações estruturais de poder que têm em seu subsolo traumas, opressões, discriminações, explorações do trabalho e do corpo. Tais modulações se sustentam sobre ideologias e valores que precisam ser analisados. (AU)

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