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Biogeografia dos ecotonos floresta/savana na amazonia utilizando-se isotopos do carbono na materia organica do solo: implicacoes sobre a teoria dos refugios.

Processo: 96/02366-5
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Data de Início da vigência: 01 de outubro de 1996
Data de Término da vigência: 30 de setembro de 1997
Área do conhecimento:Ciências Biológicas - Ecologia - Ecologia de Ecossistemas
Pesquisador responsável:Luiz Antonio Martinelli
Beneficiário:Luiz Antonio Martinelli
Instituição Sede: Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA). Universidade de São Paulo (USP). Piracicaba , SP, Brasil
Assunto(s):Biogeografia  Isótopos estáveis  Amazônia 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Amazonia | Biogeografia | Ecotono | Isotopos Estaveis | Radiocarbono | Teoria Dos Refugios

Resumo

Uma das teorias mais aceitas e elegantes sobre a biodiversidade na região Amazônica é a teoria dos refúgios, que surgiu no início da década de 70. Segundo essa teoria a causa para o elevado número de espécies animais e vegetais teriam sido mudanças climáticas ocorridas no passado (final do Pleistoceno e meio do Holoceno), quando a floresta teria sido fragmentada em pequenas áreas, sendo separadas por extensos campos de gramíneas - as savanas. Nesses verdadeiros refúgios de florestas teria havido o surgimento de inúmeras espécies, que vieram a se unir quando outra mudança climática propiciou as condições para que houvesse uma coalescência dos refúgios de floresta. A partir da década de 80 vários trabalhos questionaram essa teoria, culminando com a proposição de uma nova teoria, baseada nas mudanças geomorfológicas causada pelos caudalosos rios da região. Segundo essa teoria, os refúgios não teriam sido causados por mudanças climáticas, mas sim pelas mudanças na paisagem, causadas pelos grandes rios, permitindo assim a coexistência de ambientes novos e antigos, onde teria ocorrido o surgimento de novas espécies. Recentemente, nosso grupo publicou um artigo na revista Oecologia intitulado "Carbon-13 depth variation in soil of Brazil and relations with climate changes during the Quaternary", que não apóia a teoria dos refúgios. Analisamos a composição isotópica do carbono de 10 perfis de solo coletados em 7 regiões distintas da Amazônia e não encontramos evidência nenhuma sobre a existência de extensas savanas no Holoceno médio. O objetivo deste plano é continuar a busca destas paleo savanas pela análise de perfis de solo nos sete principais ecótonos floresta/savana da região amazônica. Esses ecótonos são extremamente interessantes, uma vez que não se conhece exatamente a gênese dessas savanas rodeadas de florestas, havendo a hipótese de que estas poderiam ser relíquias de antigas savanas existentes na época dos refúgios. As ferramentas utilizadas serão a composição isotópica estável do carbono (13C/12C) como indicadora do tipo de planta (C3-floresta ou C4-savanas) que deu origem à matéria orgânica presente no solo e o radio carbono (14C/12C) como indicador cronológico de eventual mudança de vegetação. Caso venha a se confirmar que as savanas atuais foram florestas no passado e que estas não se modificaram, a teoria do refúgio indiretamente estará uma vez mais sendo questionada. (AU)

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