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LDL artificial: um novo método para o tratamento do câncer

Resumo

Dirigir os quimioterápicos especificamente às células neoplásicas, evitando os tecidos normais têm sido há muito tempo o grande ideal da terapêutica do câncer, até agora não atingido. Maranhão e cols (Lipids, 1993) demonstraram que uma microemulsão (LDE) semelhante à lipoproteína de baixa densidade (LDE), é capaz de incorporar apolipoproteína E, em contato com o plasma, ligando-se aos receptores que retiram a LDL da circulação. Na leucemia mielóide aguda (Cancer Research, 1994) e no carcinoma mamário, linhagens neoplásicas que apresenta acentuado aumento de expressão dos receptores da LDL (aumento de até cem vezes), mostraram que a LDE concentra-se no tecido tumoral, podendo servir de carreador de quimioterápicos. Experiências posteriores evidenciaram que quando um quimioterápico (de natureza hidrofóbica e lipofilica) é incorporado à LDE, sua capacidade de destruir a célula neoplásica continua intacta, talvez até mesmo aumentada. Em experiência inciada há 45 dias, os autores estão tratando uma portadora de carcinoma pancreático metastático com o quimioterápico carmustina (BCNU) associado à LDE, observando que os efeitos colaterais da droga foram totalmente abolidos. A finalidade do presente projeto é viabilizar a efetiva aplicação do método da LDE no tratamento de rotina do câncer, naquelas várias linhagens que manifestam o aumento de receptores de LDL (como a leucemia mielóide aguda, mieloma múltiplo, carcinoma de pulmão, próstata, uterino, mamário, de vias biliares, entre outros). Em sete diferentes conjuntos de experiências, propõe-se estudar a incorporação à LDE de vários quimioterápicos lipofilicos, proceder a estudos de toxicidade em animais, estudar em cultura de células o efeito de destruição celular de várias drogas, enfocar a incorporação de múltiplas drogas à LDE, verificar o tropismo da LDE por várias linhagens de células neoplásicas, estudar as possibilidades diagnósticas do método e, por fim, e o mais importante, tratar pacientes portadores de quatro tipos de câncer: de mama, de pâncreas, mieloma múltiplo e leucemia mielóide aguda, com o fito de observar tanto os efeitos colaterais do complexo LDE-quimioterápico quanto a ação antineoplásica. Levado o bom termo, o que significa minimizar os efeitos devastadores da quimioterapia e aumentar a sua eficácia, este projeto poderá originar uma autêntica revolução no tratamento do câncer. (AU)

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