Auxílio à pesquisa 11/08617-1 - Psicanálise, Modernidade - BV FAPESP
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Figuras do infantil. A psicanálise na vida cotidiana com as crianças

Resumo

São numerosas as teses sobre a origem e os fatores responsáveis tanto pelo surgimento, quanto pelo desaparecimento do sentimento de infância ou diretamente da infância, ora qualificada de moderna, ora tida como simples infância. No entanto, se volto a lembrar nesta oportunidade esse debate histórico e sociológico é pelo fato de apontar para a falta de co-naturalidade entre o que se entende por infância - seja o que ela for - e, por outro lado, as crianças, uma vez que ele lembra a historicidade das formas subjetivas. Mais ainda, faço-o em virtude de considerar que, entretanto, ele mascara o fato que criança alguma possui uma infância. Pois, paradoxalmente, só um adulto pode "ter" uma infância enquanto perdida. A infância não é um mal necessário, nem condição próxima ao animal, nem simples pecado, menos ainda fonte de erros - como sustenta a tradição inaugurada por Platão, recuperada por Santo Agostinho, remoçada por René Descartes. Tampouco é um precipitado de sinceridades ou de bondades naturais. Justamente, não se trata de invertermos, mais uma vez, o platonismo na trilha já aberta por Jean-Jacques Rousseau. Trata-se, sim, de pensar a infância além do registro habitual de idade natural da vida ou de humanidade pré-formada, passível de padecer representações sociais diversas, segundo a época e a geografia, ora a ser preservada, ora ultrapassada. A psicanálise possibilita subverter o paradigma inerente às clássicas psicologias do desenvolvimento que reduzem o devir infantil ao progresso mais ou menos inelutável de um saber natural. (AU)

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