Resumo
A Doença de Gaucher (DG) é uma doença metabólica hereditária causada pela deficiência da enzima lisossômica β-glicosidase, envolvida no catabolismo de glicoesfingolipídeos. Possui herança autossômica recessiva e apresenta alta prevalência entre judeus Ashkenazi. O diagnóstico laboratorial é realizado pela dosagem das atividades das enzimas β-glícosidase e quitotriosidase, sendo que a primeira se encontra deficiente e a segunda aumentada nos pacientes com DG. Uma vez diagnosticados, os pacientes são tratados com infusões enzimáticas, que possibilitam a reversão de vários parâmetros alterados na DG, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Um dos parâmetros restabelecidos é a atividade da quitotriosidase, e este fato faz com que a enzima sirva de acompanhamento no tratamento. Porém, a deficiência de quitotriosidase acomete, aproximadamente, 6% da população caucasiana, tomando esta medida ineficaz para alguns casos. De qualquer forma, ainda não foi estabelecida uma função e uma razão para o aumento da quitotriosidase na DG e em uma série de outras doenças, como sarcoidose, malária, Doença de Fabry, β-talassemia, Alzheimer, Krabbe, entre outras. Uma hipótese para esta alteração é que a mesma seja decorrência do estresse oxidativo que ocorre na DG. Deganuto e colaboradores comprovaram a alteração no sistema oxidante-antioxidante em fibroblastos de pacientes, que também apresentam maior atividade da catalase de eritrócitos. Nosso objetivo com este estudo é investigar uma possível relação entre a atividade de quitotriosidase e o estresse oxidativo. Paralelamente, avaliaremos a possibilidade de eventos epigenéticos estarem envolvidos na regulação da atividade da quitotriosidase. (AU)
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