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A obra como texto: o trabalho no desenho

Processo: 10/05120-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Programa Capacitação - Treinamento Técnico
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2010
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2010
Área de conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo - Projeto de Arquitetura e Urbanismo
Pesquisador responsável:Joubert José Lancha
Beneficiário:Dário José Alves Ribeiro
Instituição Sede: Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Universidade de São Paulo (USP). São Carlos , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:06/57683-9 - A obra como texto, AP.R
Assunto(s):Teoria da arquitetura   Edifícios
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Processo De Análise Do Edifício | teoria da arquitetura | Obra e desenho

Resumo

Este trabalho de pesquisa pretende compor um procedimento metodológico para uma leitura crítica e 'mecanográfica'1 do edifício, procurando extrair dele as questões que estiveram sobre a mesa do arquiteto durante o desenvolvimento de seu projeto e no canteiro durante a sua construção. Duas pontas de um mesmo fio vermelho, que atravessa toda a realização de uma obra e que dificilmente nos deixa identificar claramente onde inicia uma e termina a outra. Mas é certo que devemos partir do edifício e não do projeto, da obra e não do discurso teórico sobre a obra, acreditando ser este o território onde podemos considerar com maior clareza a natureza de um projeto e a consistência das ideias e operações que lhe dão materialidade. Propomos, para essa abordagem mecanológica, estudar edifícios e obras que se apresentem não como paradigmas arquitetônicos por si mesmos, pelos seus resultados ou pelos seus autores, mas como exemplos que acentuam o relevo das relações e operações de produção, como corpo e máquina abertos que exibem sem restrições o necessário diálogo, cotidiano e comezinho, entre as ideias no canteiro e o trabalho no desenho, entre o pensar e o fazer arquitetura. Edifícios que, uma vez abertos e desmontados, exponham seus elementos geradores, seus detalhes, as decisões e indecisões que abrigam no processo de sua criação e construção e que possam, a partir dessa exposição, retornar à mesa de alunos e arquitetos, servindo não mais como a construção1 Gilbert Simondon, filósofo francês que dedicou boa parte de seu trabalho na investigação quanto ao caráter e o modo de existência dos objetos técnicos, defende, em sua tese doutoral de 1958, que é necessária uma prospecção mais cuidadosa dos objetos técnicos e das correlações menos aparentes entre esquemas, elementos e indivíduos técnicos pretendendo, mais que uma tecnologia, uma mecanologia destes indivíduos - o que nos permitiria compreender alguns aspectos mais próximos da essencialidade de uma existência técnica, para além da pura objetividade dos aspectos funcionais ali agregados (ver SIMONDON, Gilbert. Du mode d'existence des objets techniques. Paris: Aubier, 1983 p. 47 a 48). Tratamos aqui de uma "mecanografia" na medida em que estabelecemos um "texto" que pretende organizar o contexto mecanológico de uma obra, de um indivíduo técnico edificado ideal a ser perseguida ou reproduzida alegoricamente, mas como fonte geradora de novas ideias. Como resultado, pretendemos contribuir para um método de leitura do edifício, não pelo seu vínculo autoral ou pelo seu papel como forma construída mas como objeto técnico que se explicita e se explica enquanto obra disposta em texto. (AU)

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