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O "Eumaeus" no "Ulysses" de Joyce/Houaiss: ou tradução como apropriação dos modos de dizer estrangeiros

Processo: 11/04267-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2011
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2013
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Línguas Estrangeiras Modernas
Pesquisador responsável:Fabio Akcelrud Durão
Beneficiário:Omar Rodovalho Fernandes Moreira
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Tradução
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Dubliners | Hugh Kenner | James Joyce | Tradução | Walter Benjamin | Tradução

Resumo

Este projeto visa investigar as especificidades da tradução que Antônio Houaiss publicou, em 1966, do "Ulysses" de James Joyce. Importantíssima por ter sido a primeira em português, a proposta tradutória em que está implicada é absolutamente única entre as versões em línguas neolatinas do romance, coisa que se pretenderá demonstrar pelo close-reading desta em confronto com outras sete traduções do "Ulysses" (duas em português, três em espanhol, uma em italiano e uma em francês), sempre acompanhadas das respectivas passagens originais. Nossa hipótese de leitura propõe que a tradução de Houaiss distingue-se das demais por criar um texto que busca ao máximo manter-se próximo aos giros sintáticos e lexicais do texto inglês, o que, embora dificulte nos quesitos legibilidade e coloquialidade, mostra-se indiscutivelmente instigante enquanto proposta de apropriação dos idiotismos e modos de dizer estrangeiros, confundindo frequentes vezes as certezas a respeito dos limites a que nos deveríamos ater ao traduzir e forçando o português a expandir seus limites de forma a dar conta das idiossincrasias do texto inglês. Dadas as dimensões do romance (850 páginas em média, multiplicadas por oito, o número de traduções que consideraremos), seria impensável imaginar um mestrado que desse conta do todo; assim sendo, decidimo-nos a restringir nossa investigação ao décimo sexto capítulo, o "Eumaeus", aquele que levou, por conta de seus idiotismos e eruditismos (estes mormente de origem latina, sublinhe-se), a maioria de seus tradutores a um processo de pauperização lexical incompatível com o cariz nitidamente pedantesco, se não pernóstico (e por ambos cômico), do narrador original. Houaiss propõe-nos um léxico à altura do mobilizado por Joyce, não se furtando aos desafios que o original irlandês lança em especial aos tradutores de línguas neolatinas: como dar conta das suas palavras-valise? Como dar conta das precisões e imprecisões, das concisões e perífrases, dos idiotismos e eruditismos, em suma dos usos verbais de que se vale Joyce? Ainda que repleta de soluções discutíveis, a versão de Houaiss é a que mais radicalmente ousou responder a estes desafios, sendo nosso objetivo investigá-la e compreendê-la no que ela possui de mais perdurável e de mais discutível, sem nos furtarmos à tensão gerada por este par de opostos. (AU)

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