O campo científico e os conflitos e relações de poder no trabalho de professores de uma universidade pública

• Processo: 11/04958-9
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2012
• Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2013
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Educação
• Pesquisador responsável: Eduardo Pinto e Silva
• Beneficiário: Carla Fabiana Graetz
• Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
• Assunto(s): Trabalho Política educacional Conflitos Relações de poder Pós-graduação
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: campo científico | Conflitos | Políticas Educacionais | pós-graduação | relações de poder | trabalho | Trabalho e Educação

Resumo

Objetiva-se investigar as relações de trabalho entre professores de uma universidade pública brasileira de renome, particularmente os possíveis conflitos entre professores de carreira consolidada e professores que se doutoraram após 1995. Pretende-se analisar características peculiares destas relações, de modo a investigar como se configuram os aspectos inerentes à lógica das práticas do campo científico, como as relações de poder e as disputas por reconhecimento e prestígio. Considera-se que os programas de pós-graduação e os professores pesquisadores vêm sendo submetidos a um modelo de avaliação de sua produtividade que tende a se legitimar pelo discurso da busca da eficácia e que as políticas adotadas com base neste modelo possam redundar em individualismo, competitividade e esgarçamento das relações de trabalho. As crescentes exigências e metas em torno de indicadores quantitativos, não raramente tentando conciliar melhores resultados em prazos cada vez mais exíguos, configuram um aspecto nada desprezível do contexto objetivo do trabalho do professor pesquisador da universidade pública brasileira. Compreende-se que a universidade pública ocupa lugar estratégico na concretização dos elementos orientadores da Reforma do Estado, de modo a produzir reconfigurações das práticas e culturas universitárias, com possíveis implicações nas relações de trabalho. Partimos da hipótese de que estas reconfigurações podem provocar o acirramento dos confrontos entre interesses indissociavelmente epistêmicos e políticos que caracterizam as disputas e distribuição do capital científico. Pretende-se realizar uma análise qualitativa dos discursos de uma amostra intencional de professores a serem entrevistados. Esta amostra será selecionada com base em critérios definidos neste projeto e em dados relativos à lógica das práticas dos agentes do campo científico, tal como indicado pelo método praxiológico de Pierre Bourdieu. Serão realizadas entrevistas semi-estruturadas sobre a história de vida e a trajetória acadêmico-científica de uma amostra de dez professores universitários. As entrevistas serão precedidas por uma caracterização do perfil do corpo docente e por coleta de dados que possibilite identificar a posição dos agentes na hierarquia institucional e no campo científico. Para tal, serão utilizadas várias fontes, com destaque para dados dos currículos da Plataforma Lattes, de modo a identificar: quais os docentes que ocupam cargos e funções em agências de fomento à pesquisa; os que possuem e os que não possuem bolsa-produtividade; os que possuem ou não projetos de pesquisa financiados; os que compõem o corpo editorial de periódicos renomados (qualis A1, A2 e B1) ou de menor prestígio (qualis B2, B3, B4). Serão também consultados documentos da instituição que possam servir aos objetivos da pesquisa e à seleção da amostra de professores, assim como se pretende realizar entrevista com o coordenador do curso de pós-graduação, de modo a melhor conhecer as práticas de credenciamento e/ou descredenciamento dos professores da pós-graduação. Os critérios de seleção da instituição e dos professores estão detalhados no item Material e Métodos. Palavras-chave: trabalho; campo científico; relações de poder; conflitos; pós-graduação; políticas educacionais.