Resumo
O carcinoma gástrico (CG) é considerado altamente agressivo e letal, sendo a segunda maior causa de mortes relacionadas ao câncer no mundo. A cirurgia é o tratamento de primeira escolha para o CG localizado. Porém, dependendo do estágio, os resultados são geralmente desapontadores, apresentando taxas de até 85% de recorrência após a completa ressecção do tumor. Na última década, em busca por melhorias nos resultados de sobrevida global no câncer gástrico, diversas estratégias de tratamento complementar à cirurgia foram empregadas. Diferentes padrões de tratamento se estabeleceram em algumas regiões do mundo. Quando comparado com cirurgia apenas, a quimiorradioterapia neoadjuvante demonstrou aumento na sobrevida livre de recidiva de 3 anos, e também aumento na sobrevida global e mediana. Porém, as pesquisas envolvendo este assunto têm gerado resultados conflitantes, uma vez que não existem consensos bem definidos sobre os efeitos da quimiorradioterapia neoadjuvante. A seleção de pacientes que possuem tumores quimiosensíveis antes de iniciar a quimiorradioterapia neoadjuvante pode ser importante para evitar as complicações relacionadas ao tratamento quimiorradioterápico e o atraso inadequado do tratamento cirúrgico. Análises abrangentes da expressão gênica, como a análise de microRNAs (miRNAs), conseguem identificar genes relevantes cujo perfil de expressão pode estar associado ao estágio do tumor, grau histológico, susceptibilidade à quimioterapia, agressividade clínica ou prognóstico. Existem na literatura científica muitos estudos relatando a associação existente entre perfis de miRNAs e CGs. Nesses estudos encontra-se desde a relação existente entre certos miRNAs com o sub-tipo histológico e tamanho do tumor até com a capacidade supressão do tumor, risco de recorrência, e progressão da doença. Porém, não foi encontrado nenhum estudo avaliando o perfil de miRNA com a resposta terapêutica apresentada pelo paciente submetido às diferentes terapias disponíveis atualmente.
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