Ferro dissolvido e suas especiações químicas em sistemas estuarinos e costeiros do sudeste e nordeste brasileiro

• Processo: 12/15434-3
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2012
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2013
• Área de conhecimento: Ciências Exatas e da Terra - Oceanografia - Oceanografia Química
• Pesquisador responsável: Elisabete de Santis Braga da Graça Saraiva
• Beneficiário: Fabiana Ribeiro Dottori
• Instituição Sede: Instituto Oceanográfico (IO). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 11/50582-0 - Estudo do equilíbrio do ciclo do carbono na região costeira e de seu potencial transporte oceânico: com ênfase ao litoral de Pernambuco (Carecos), AP.TEM
• Assunto(s): Biogeoquímica marinha Especiação química Poluição do mar
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Biogeoquímica do Fe em oceanos | especiação química | poluição marinha | sistemas estuarinos | Biogeoquímica Marinha

Resumo

O ferro desempenha um importante papel no ciclo biogeoquímico dos nutrientes majoritários (N, P, Si) no oceano e é considerado ser limitante de atividades biológicas em algumas regiões que apresentam quantidades adequadas de macronutrientes porém baixa produtividade de biomassa em função das baixas concentrações locais de ferro. A controvérsia sobre o papel do ferro na produtividade oceânica tem estimulado o desenvolvimento de novas metodologias para as análises rápidas de ferro em baixas concentrações em águas marinhas. A quantidade de ferro nos corpos d'água também indica o estado de poluição hidrológica nos sistemas costeiros. Sua especiação química é importante para considerar a biodisponibilidade do ferro no contexto da produção primária. Contudo, sua determinação tem se mostrado desafiadora, apesar de muito progresso ter sido feito afim de se refletir no seu ciclo biogeoquímico em diferentes cenários da costa brasileira.Ducatti (2003), em estudo realizado no estuário e na Baía de Santos, considerando as especiações de Fe(II) e Fe(III) e levando em conta as condições de maré de sizígia e de quadratura no verão e inverno encontrou os seguintes intervalos de valores para Fe(II) no inverno de (2002): de 0,05 até 3,58 µmol/L, em condições de sizígia e de 0,09 até 1,93 µmol/L na quadratura. No verão do mesmo ano, os intervalos de valores vão de 0,02 até 1,39 µmol/L em condições de sizígia e de 0,05 to 2,52 µmol/L, em quadratura. Em relação ao Fe(III) o autor op. cit. apresentou os seguintes intervalos de valores para inverno: em sizígia de 0,07 até 3,82 µmol/L e, em quadratura, de 0,15 to 9,04 µmol/L. No verão, os intervalos de valores vão de 0,02 até 42,64 µmol/L em sizígia, e de 0,09 até 17,20 µmol/L em quadratura. Considerando os valores de Fe total, os intervalos de valores de inverno vão de 0,47 até 5,14 µmol/L em condições de sizígia e de 0,31 até 9,61 µmol/L em quadratura, enquanto os valores de verão vão de 0,17 até 42,76 µmol/L em sizígia e 0,24 até 19,27 µmol/L, em quadratura.Este estudo tem por objetivo avaliar as influências sazonais (inverno e verão) e físicas no papel do ferro e sua especiação química (Fe(II) e Fe(III)) em diferentes cenários (Complexo Estuarino-Lagunar de Cananéia/Iguape e o sistema estuarino de Santos/São Vicente e Baía de Santos), no litoral do Estado de São Paulo e na região costeira de Recife (PE), sendo ambos importantes áreas populacionais que influenciam as distribuições de nutrientes. Uma região mais remota, nas imediações de Fernando de Noronha, também será considerada, como um cenário mais preservado.O conhecimento das diferenças na dinâmica das espécies químicas do ferro em vários cenários pode contribuir para as políticas e programas de uso e preservação das áreas costeiras, as mais importantes áreas produtivas do mundo. As concentrações totais e biodisponíveis de ferro são essenciais para elucidar os efeitos atuais e futuros de ambas, mudanças naturais e antropogenicamente induzidas.