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A ciência do sistema terra e as disputas epistemológicas e axiológicas do Século XXI

Processo: 13/11430-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2013
Data de Término da vigência: 31 de julho de 2015
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - Epistemologia
Pesquisador responsável:Marcos Barbosa de Oliveira
Beneficiário:José Corrêa Leite Junior
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:11/51614-3 - Gênese e significado da tecnociência: das relações entre ciência, tecnologia e sociedade, AP.TEM
Assunto(s):Filosofia da ciência   Geociências
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:ciências do sistema Terra | ecologia global | Epistemologia | Filosofia da ciência | Geociências | valores | Filosofia da ciência

Resumo

O projeto de pesquisa "A Ciência do Sistema Terra e as disputas epistemológicas e axiológicas do século XXI" surge da constatação de que há uma brecha crescente entre os imperativos da economia capitalista em expansão perpétua, cujo dinamismo depende da tecnociência, e os de uma biosfera planetária submetida a um estresse cada vez maior - patente, para a mudança climática, em estudos como o Relatório Stern (2006) e o Quarto Relatório do IPCC (2007). Está é, todavia, apenas uma das áreas em que a atividade humana desequilibra processos vitais do Sistema Terra. A situação é igualmente grave no que tange à perda de biodiversidade pela destruição de ecossistemas e extinção de espécies e ao desequilíbrio do ciclo do nitrogênio pela agricultura e pecuária industriais. Patamares críticos podem ser atingidos também no que diz respeito ao rápido esgotamento das fontes de água doce, à demanda de terras agriculturáveis e à acidificação dos mares. A humanidade está produzindo mudanças abruptas, não lineares, em sistemas de escala continental ou planetários. Grande parte dos processos econômicos estão hoje alicerçados em práticas decorrentes da tecnociência. Como enfatiza Hugh Lacey, a ciência atual apóia-se em abordagens descontextualizadas, direcionadas principalmente para o controle da natureza e regidas pelo ethos científico-comercial. Mas como enfrentar os desafios de nossa época se a forma de conhecimento dominante é, em boa medida, ela própria uma das responsáveis pela crise que assoma, e não é problematizada de forma imanente? Como afirmar um pluralismo metodológico no campo científico? Que formas de conhecimento poderão orientar novas formas de ação capazes de superar a crescente crise ambiental? Os problemas demandam uma reflexão epistemológica e axiológica abrangente. Quando os poderes dados à humanidade pela tecnociência tem um impacto imenso sobre a biosfera e os fluxos naturais do planeta, emergem também novos conhecimentos sobre a realidade que ela impacta: as ciências ambientais e as ciências da Terra. São ciências novas, com dezenas de especialidades, que compartilham suas características metodológicas com as ciências naturais. Mas essas ciências apontarão para a necessidade de a humanidade respeitar os frágeis ciclos da natureza e as complexas dinâmicas dos ecossistemas. Apontarão não para o controle, mas para o auto-controle como ideal normativo do conhecimento cientifico; este deve fornecer à humanidade a orientação para que suas atividades não desequilibrem processos vitais do planeta, dando-lhe parâmetros para que respeite as dinâmicas essenciais para a manutenção da biosfera onde estamos inseridos. A sinergia que emerge entre essas novas ciências, quando passam a se ver como estudos de subsistemas do Sistema Terra, produz novos parâmetros epistemológicos e axiológicos que vem se irradiando para outras disciplinas científicas e áreas de atuação. A pesquisa que propomos tem como objetivo central mapear as implicações epistemológicas e axiológicas da Ciência do Sistema Terra frente ao modelo hegemônico oferecido pela tecnociência. Entre os objetivos específicos que já se sobressaem estão: 1) formular, no âmbito da história e da filosofia da ciência, uma síntese do desenvolvimento recente da Ciência do Sistema Terra; 2) explorar as estratégias de pesquisa que emergem neste campo científico e verificar em que medida elas oferecem alternativas às estratégias descontextualizadas (e descontextualizantes) da tecnociência, contribuindo para a afirmação do pluralismo metodológico;3) verificar se pressões políticas e econômicas têm solapado a objetividade das pesquisas no terreno da ciência do Sistema Terra; 4) avaliar como a noção de controvérsia científica opera neste campo e como atores externos à comunidade científica (como a mídia) são relevantes (ou não) para estabelecer controvérsias. (AU)

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
JOSÉ CORREA LEITE. Controvérsias na climatologia: o IPCC e o aquecimento global antropogênico. Scientiae Studia, v. 13, n. 3, p. 643-677, . (11/51614-3, 13/11430-6)