Uma semântica do desaparecimento no Cone Sul: estudo dos indícios discursivos da relação entre crianças e os regimes de exceção

• Processo: 15/02228-4
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de julho de 2015
• Data de Término da vigência: 30 de junho de 2016
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Linguística
• Pesquisador responsável: Luciana Salazar Salgado
• Beneficiário: Débora Esteves Baptista
• Instituição Sede: Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). São Carlos , SP, Brasil
• Assunto(s): Ditadura Semântica Cone Sul Competência discursiva Análise do discurso
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: competência discursiva | Cone Sul | Ditadura Militar | Semântica global | Análise do discurso

Resumo

Tendo como base o primado do interdiscurso e o princípio da semântica global, mobilizamos a noção de competência discursiva desenvolvida pelo linguista Dominique Maingueneau (2008) no quadro da análise do discurso de tradição francesa, procurando contribuir, mais amplamente, para os estudos da produção dos sentidos, ao considerar como se configura o mundo para uma criança quando diversos semas fundamentais são ocultados em silêncios e não-ditos. O estudo focaliza narrativas sobre o período em que foi vivida a ditadura militar no Brasil, na Argentina e no Chile, delineadas pela perspectiva de crianças que mal podem compreender os acontecimentos que as rodeiam. Como objeto de análise serão examinados três filmes: o brasileiro O ano em que meus pais saíram de férias, dirigido por Cao Hamburguer, 2006; o argentino Kamchatka de Marcelo Piñeyro, 2002 e o chileno Machuca, de Andrés Wood, 2004. Os longas selecionados têm uma perceptível relação, pois narram como três crianças, Mauro, Harry e Pedro Machuca, respectivamente, textualizam o que acontece em seus respectivos países dominados por governos autoritários e como vão construindo sentidos para o todo que os envolve sem maiores explicações de seus pais e dos adultos, que, no entanto, muito dizem ao se calar.