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(des)encontros em um lugar qualquer

Processo: 15/12298-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2015
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2016
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Educação
Pesquisador responsável:Antonio Carlos Rodrigues de Amorim
Beneficiário:Pamela Zacharias
Supervisor: Anne I. Sauvagnargues
Instituição Sede: Faculdade de Educação (FE). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Université Paris Ouest Nanterre La Défense (Paris 10), França  
Vinculado à bolsa:13/11945-6 - (Des)encontros em um lugar qualquer, BP.DR
Assunto(s):Cinema   Filosofia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:cinema | Educação | Filosofia | Gilles Deleuze | Sofia Coppola | Educação, conhecimento, linguagem e arte

Resumo

As narrativas cinematográficas normalmente apresentam personagens que tendem a agir e a reagir às coisas que lhes acontecem. Contudo, Gilles Deleuze, em seu livro "A Imagem-Tempo", analisa personagens que ele chama de "videntes". Essas já não são mais agentes da história, não buscam alcançar a um objetivo claro; fazem parte da própria paisagem fílmica, perdidas e afetadas por algo que não desejam assimilar. Elas compõem um cinema que não se faz pelos moldes da ação, mas cristaliza na tela afetos e perceptos através de signos puramente ópticos ou sonoros, que não se diferem das percepções das personagens. No entanto, a maior parte dos filmes, até hoje, é focada na ação. A fórmula do sucesso, em especial de Hollywood, que acaba por ditar moldes para o cinema mundial, dá-se através da ação, da resolução de conflitos, seja no plano físico ou psicológico. O pensamento do filósofo Henri Bergson, nesse sentido, nos ajuda a entender porque a ação-reação é tão presente na vida humana, que busca, a todo o momento, vencer desafios, transcender. No mundo contemporâneo isso chega ao extremo: é preciso alcançar metas, ser multifuncional e resolver o maior número de problemas no menor tempo possível. Bergson fala dos sistemas fechados nos quais nos inserimos, prisioneiros de nossas próprias regras, reféns das representações que a inteligência cria. Além disso, as reflexões desse filósofo sobre tempo e movimento também foram essenciais para que Gilles Deleuze desenvolvesse suas teorias, em especial seu conceito de imagem-tempo e são, portanto, relevantes para entendermos melhor o tipo de cinema que esta tese aborda. Essas teorias dialogam com o cinema de Sofia Coppola, em uma aposta de que a arte talvez possa romper com esses sistemas que prendem, sufocam. Na obra de Sofia, os clichês do sucesso, do consumo, da aparência são saturados e abrem-se brechas para uma possibilidade de existência que não busca transcender, alcançar, vencer, chegar a um lugar que é sempre o mesmo: o padrão. A entrega de suas personagens faz emergir na tela a coisa em si, sem mediação: a dor, a solidão, o amor, o medo. Atravessamentos sensíveis, em um cinema que tem sua força em sua delicadeza. (AU)

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