Bolsa 17/01933-1 - Gramaticalização, Polissemia - BV FAPESP
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O percurso histórico-diacrônico das construções com now: estágios de mudança e(m) contextos

Processo: 17/01933-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2017
Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2018
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Linguística - Teoria e Análise Lingüística
Pesquisador responsável:Sanderléia Roberta Longhin
Beneficiário:Luísa Ferrari
Supervisor: Scott A. Schwenter
Instituição Sede: Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de São José do Rio Preto. São José do Rio Preto , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Ohio State University, Columbus, Estados Unidos  
Vinculado à bolsa:15/21358-6 - O papel dos contextos nas mudanças por gramaticalização e subjetivização: um estudo diacrônico das construções com agora e now, BP.MS
Assunto(s):Gramaticalização   Polissemia   Linguística histórica   Morfossintaxe
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:contextos | Gramaticalização | polissemia | subjetivização | Linguística Histórica

Resumo

Neste projeto, focalizamos mudanças morfossintáticas e semântico-pragmáticas atravessadas pelas construções com "now" (ing.). Originalmente, "now" atua na expressão de tempo, estabelecendo relações dêiticas entre conteúdos proposicionais e seu momento de enunciação (SCHIFFRIN, 1987, p. 228). No inglês contemporâneo, os usos temporais de "now" coexistem com usos não temporais, que se distribuem em duas diferentes funções. Em uma delas, "now" exibe funcionamento juntivo e explicita relações de adversidade entre enunciados. Na outra função, o item atua como marcador discursivo (TRAUGOTT, 1995), funcionando como um recurso metatextual mobilizado por falantes/escreventes para indicar uma reorientação textual. A partir de tendências de mudança observadas em diferentes línguas, é possível prever relações de derivação entre os usos temporais de "now" e seus usos não temporais. Kortmann (1997) identifica o domínio temporal como uma fonte produtiva para o desenvolvimento de significados contrastivos (dentre outros), ao passo que Traugott (1995) evidencia a tendência de significados expressos por marcadores discursivos emergirem a partir de significados adverbiais. Ambos os autores encontram evidências empíricas de tais relações de derivação. Assim, o objetivo maior deste projeto é, por meio de investigação diacrônica, elucidar as trajetórias de mudança que levam aos usos de "now" como juntor e marcador discursivo, de modo a confirmar a derivação histórica de tais usos a partir da fonte adverbial. Admitindo que novos significados e novas funções têm origem em arranjos contextuais específicos (HEINE, 2002), assumimos os contextos de desenvolvimento dos novos usos de "now" como a principal via para a apreensão das mudanças. Nesse sentido, à luz de Heine (2002), adotamos a correlação entre etapas de mudança e contextos, atribuindo especial importância aos contextos de polissemia, em que significado fonte e significado alvo coexistem. Considerando a relevância dos contextos para uma compreensão mais fina da constituição gradual dos novos usos (HEINE, 2002) e o fato de que, nos estudos já realizados sobre as construções, ainda não foram investigados os estágios contextuais das mudanças, os objetivos estabelecidos estão atrelados ao propósito maior de, a partir da apreensão das trajetórias via contextos, reunir evidências empíricas do papel do domínio contextual para as reanálises de forma e significado que levam à emergência dos novos usos de "now". Para o cumprimento dos objetivos, conduziremos a análise à luz de propostas metodológicas que viabilizam a apreensão das mudanças através de seus contextos de desenvolvimento. O principal modelo mobilizado para a análise contextual é aquele proposto em Heine (2002), que permite correlacionar estágios de mudança a tipos contextuais e, assim, elucidar as mudanças sob o viés da gradualidade. Tanto nos usos em que "now" atua como juntor quanto naqueles em que funciona como marcador discursivo, os significados mostram-se mais gramaticais em relação aos usos primeiros, pois expressam relações internas à linguagem (não baseadas na situação externa de comunicação), e também mais subjetivos, uma vez que, ao desempenharem as funções de estabelecer relações adversativas e indicar reorientação textual, constituem significados baseados nas crenças e atitudes subjetivas dos falantes/escreventes (TRAUGOTT, 2010; TRAUGOTT; DASHER, 2004). Nessa perspectiva, aliamos o quadro teórico da gramaticalização ao da subjetivização (HEINE et al., 1991; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; TRAUGOTT, DASHER, 2004; DAVIDSE et al., 2010), nos aproximando principalmente de abordagens da mudança voltadas aos processos cognitivos e comunicativos que atuam em seu desenvolvimento (TRAUGOTT; DASHER, 2004).Os dados para a investigação são extraídos de textos falados e escritos representativos de diferentes gêneros textuais, produzidos entre os séculos XVI e XXI. (AU)

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