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Crítica do capitalismo em Deleuze e Guattari: uma filosofia política além do estruturalismo: o problema do fundamento e do limite

Processo: 17/17912-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2017
Data de Término da vigência: 31 de julho de 2018
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia
Pesquisador responsável:Marilena de Souza Chauí
Beneficiário:Larissa Drigo Agostinho
Supervisor: David Lapoujade
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, França  
Vinculado à bolsa:15/20961-0 - A Filosofia Política de Deleuze e Guattari: crítica da razão e crítica do capitalismo, BP.PD
Assunto(s):Filosofia política   Capitalismo   Razão   Axioma
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Axioma | capitalismo | Estado | fundamento | limite | razão | Filosofia política contemporânea

Resumo

O objetivo geral desta pesquisa é estabelecer uma continuidade entre o trabalho individual de Deleuze e de Guattari (antes de 1972) e as obras que os autores escreveram juntos, sobretudo Capitalismo e esquizofrenia I e II ou Anti-Édipo e Mil Platôs. Em Guattari podemos encontrar as críticas que deram origem a relação entre desejo e social que será elaborada em Anti-Édipo, críticas endereçadas ao estruturalismo de Althusser, assim como de Lacan. Essas críticas são feitas em nome do conceito deleuziano de diferença que demonstra o caráter imóvel e transcendente da estrutura, tanto lacaniana - onde o inconsciente é pensado não como produção, mas como expressão - quanto althusseriana, - onde o meio de produção tomado como estrutura de determinação do conjunto das relações sociais se mostra incapaz de pensar a história e a produção das condições a partir das quais o capitalismo se instaura. Em paralelo, em Diferença e repetição, Deleuze buscava construir uma outra forma de pensar que não fosse representativa ou causal. Uma razão que não fosse como o pensamento platônico, o tribunal que julga a adequação entre cópias e modelos a partir de um fundamento transcendente que organiza a totalidade da vida social. Essa crítica à representação baseada na identidade entre fundamento e fundado é feita em nome de uma diferença ilimitada, um plano de imanência que servirá de base para a construção da relação entre capitalismo e esquizofrenia. Assim, a relação entre ambos será não mais pensada a partir da noção de fundamento, mas da noção de limite. O capitalismo funciona impondo e construindo seus próprios limites e assim ele limita e circunscreve a produção desejante, a esquizofrenia. A questão será, portanto, estabelecer a diferença de regime entre capitalismo e esquizofrenia, já que essa diferença não é mais uma diferença de natureza. Dois conceitos serão centrais nessa análise que visa traçar a gênese do projeto Capitalismo e esquizofrenia: fundamento e limite. O objetivo específico da análise desses conceitos é explicitar as relações entre crítica da razão e da representação e crítica do capitalismo e do Estado, por um lado e por outro, explicitar a relação entre crítica da psicanálise e crítica do capitalismo. Deleuze e Guattari procuram compreender o funcionamento do capitalismo e sua relação com o Estado, justamente demonstrando que esse não possui um fundamento e funciona, portanto, a partir de uma axiomática, produzindo seus próprios mecanismos de legitimação e circunscrevendo o espaço, os limites e natureza da ação do capitalismo. A psicanálise será tomada como igualmente legitimadora da ação do capitalismo e do Estado porque limita ou circunscreve o desejo que é social no interior do âmbito familiar. A psicanálise como o capitalismo, tem como limite a esquizofrenia, que ela não cessa de afastar e de tentar conjurar. Se o capitalismo precisa de uma axiomática, é justamente com o intuito de ligar as potencialidades do desejo, e inserí-las no interior dos limites estabelecidos pelo capital, de tal maneira que toda produção desejante é sempre voltada para o próprio Capital. A relevância desta pesquisa está na tentativa de traçar as relações estabelecidas por Deleuze e Guattari entre crítica social e crítica da razão, crítica da filosofia e da psicanálise como tentativa de construir uma noção renovada de filosofia política, onde o inconsciente (não mais expressivo e sim produtivo) ocupa um lugar central. (AU)

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