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O corpo, a lacuna, o traço: a invenção de uma presença em monumentos e memoriais aos mortos

Processo: 17/18764-8
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2017
Data de Término da vigência: 30 de novembro de 2018
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Antropologia
Pesquisador responsável:Sylvia Caiuby Novaes
Beneficiário:Carolina Junqueira dos Santos
Supervisor: Carlo Severi
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), França  
Vinculado à bolsa:15/25039-2 - O corpo, a lacuna, o traço: a invenção de uma presença em monumentos e memoriais aos mortos, BP.PD
Assunto(s):Luto   Morte
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Corpo | Imagem | Luto | memória | Monumento | Morte | Antropologia Visual, Antropologia da Memória

Resumo

Este projeto de estágio de pesquisa no exterior possui como objetivo o aprofundamento das questões essenciais à pesquisa de pós-doutorado "O corpo, a lacuna, o traço: a invenção de uma presença em monumentos e memoriais aos mortos", que vem sendo desenvolvida no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, desde abril de 2016. O projeto principal tem como eixo fundamental o estudo da prática memorial a partir da ideia do corpo e de como, depois da morte, um novo corpo - simbólico, visível, tangível - é convocado para que o sobrevivente ainda tenha um lugar de relação com o sujeito desaparecido.A morte, como uma catástrofe do/no corpo, produz um gesto de reconfiguração desse corpo e da ideia de pessoa. Através da elaboração de um corpo substituto, estabelece-se um novo lugar de relação do vivo com aquilo que desapareceu, o corpo perdido do defunto. Para tornarem-se presentes, as imagens requerem visibilidade, materialidade - um corpo. Esta pesquisa trata, portanto, de uma reflexão sobre o que a morte oculta e transforma em traços, vestígios de uma passagem do corpo, tomando como perspectiva central a construção e o uso de monumentos e memorais nos espaços partilhados coletivamente. Desde sempre, o homem lida com o desaparecimento de um corpo produzindo rituais, imagens e monumentos, rastros visíveis e tangíveis constituídos por uma nova materialidade que deseja evocar o efeito de alguma presença do morto.Os monumentos e memoriais aos mortos são elementos construídos e/ou simbolizados que compõem espaços públicos e privados. Muitas vezes ouviremos o discurso oficial em torno dos monumentos (especialmente aqueles dedicados à memória de grandes desastres humanos, como guerras e genocídios) como sendo da ordem da manutenção do "nunca mais", como se os memoriais se tornassem uma espécie de limite simbólico contra a repetição de determinados atos. Os monumentos são também a marcação de um lugar do morto, do evento; sua força estrutural está em manter visível e tangível no espaço aquilo que desapareceu.O ponto-chave da pesquisa de estágio pós-doutoral aqui pretendida é adentrar mais profundamente esses espaços memoriais a partir dos estudos antropológicos sobre imagem, memória e ritual, para ir em direção à necessidade de marcação, localização, simbolização e rememoração de que o homem faz uso ao longo de milênios. A prática de se criar um lugar novo e separado para os restos de um ser, seu corpo, ossos, cinzas, produz um novo sentido para este corpo e para a relação que se estabelece com ele. O que se marca é, portanto, o ausente, aquilo que falta.O estágio de pesquisa no exterior prevê uma elaboração mais precisa das ideias de corpo, imagem, memória, luto, morte e ritual, a partir da relação estabelecida com o supervisor no exterior, Prof. Carlo Severi, especialista nos campos da imagem, memória e ritual dentro de suas perspectivas antropológicas. Além disso, o estágio possibilitará a realização de uma etapa importante do projeto inicial que é a pesquisa de campo em torno de monumentos e memoriais aos mortos, sobretudo aqueles relacionados às duas guerras mundiais e à Shoah, além de possibilitar o acesso a grandes arquivos e bibliotecas de importantes instituições francesas. O estágio de pesquisa no exterior também visa o aprofundamento bibliográfico e analítico do projeto, a partir dos intercâmbios acadêmicos, de seminários e da participação no grupo de pesquisa "Anthropologie de la mémoire", coordenado pelo Prof. Carlo Severi na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), instituição do estágio proposto. (AU)

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