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A interdependência entre definir e demonstrar nos Segundos Analíticos de Aristóteles

Processo: 21/01029-9
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de janeiro de 2022
Data de Término da vigência: 15 de janeiro de 2026
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Filosofia - História da Filosofia
Pesquisador responsável:Luiz Henrique Lopes dos Santos
Beneficiário:Mariane Farias de Oliveira
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):24/04830-2 - A interdependência entre definir e demonstrar nos Segundos Analíticos de Aristóteles, BE.EP.DR
Assunto(s):Aristóteles   Teoria da demonstração   Teoria do conhecimento   Filosofia antiga
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Aristóteles | História da filosofia da ciência | Segundos Analíticos | Teoria da demonstração | Teoria do Conhecimento | Filosofia Antiga

Resumo

Nos Segundos Analíticos, após ter exposto, no livro I, sua investigação sobre o conhecimento científico e sua expressão pela demonstração, Aristóteles apresenta, no livro II, como e se é possível haver demonstração e definição de um mesmo objeto. Após passar por diversas aporias entre o bloco dos capítulos II.3-7, Aristóteles desenvolve em II.8 uma interpretação sobre essa interdependência entre as práticas a partir da introdução da noção de causalidade. Isto é, a causa, que é a própria expressão do "o que é" (a definição) do objeto, figura como termo médio da demonstração para que haja conhecimento científico. O problema, contudo, é que ao chegar ao fim do capítulo, tendo pretendido ter apresentado como a definição é conhecida, Aristóteles apresenta-nos uma aparente inconsistência. Esta consiste em três proposições apresentadas (93b15ff) ao fim do capítulo: (i)Há conhecimento do "o que é" (definição); (ii)Não se pode conhecer o "o que é" sem demonstração; (iii)Não há demonstração do "o que é". Nossa pergunta principal, portanto, é a seguinte: afinal, a definição, cuja possibilidade de conhecimento já foi garantida em (i), pode apenas ser conhecida por demonstração (ii), sem, contudo, poder haver demonstração dela (iii)? Pretendemos explorar a hipótese de que há conhecimento da definição através do poder explanatório expresso pela causa, instanciada no termo médio, dentro da estrutura demonstrativa. Isto é, conhecemos a definição porque a esta nada mais é que a exposição da relação causal e necessária que os itens da demonstração mantêm entre si. Não é o resultado da demonstração, isto é, o que ela prova, que revela a definição, mas sim um certo "arranjo dos termos" na estrutura demonstrativa que torna possível o poder explanatório causal desta. Assim, podemos resumir nossa hipótese de que é este poder explanatório causal entre os termos ordenados, determinado por um termo médio adequado que apresente a causa eficiente, que revela ou mostra a definição sem demonstrá-la. O fato é que tanto a demonstração quanto a definição que nela se manifesta parecem ser uma e a mesma coisa: a expressão do conhecimento científico. Pode-se dizer que se complementam, pois enquanto a definição mostra a essência, a demonstração prova a existência.

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