Mecanismos neuroquímicos locais envolvidos no controle das respostas cardiovasculares ao estresse de restrição por diferentes regiões da porção posterior do córtex insular em ratos

• Processo: 22/03070-9
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2022
• Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2023
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Farmacologia - Neuropsicofarmacologia
• Pesquisador responsável: Ricardo Luiz Nunes de Souza
• Beneficiário: Adrielly dos Santos
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAR). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Araraquara , SP, Brasil
• Assunto(s): Estresse Neurofarmacologia Ratos
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Córtex Insular | estresse | Neurofarmacologia | Ratos | Respostas Cardiovasculares | Neurofarmacologia

Resumo

A sobrevivência das espécies diante de eventos aversivos ou estressores depende de um coordenado conjunto de respostas fisiológicos e comportamentais. O córtex insular [do inglês, IC (insular córtex)] é uma estrutura cortical que foi implicada na integração e processamento de informações límbicas em humanos e animais e, nesse sentido, foi reportado o seu envolvimento na geração das respostas fisiológicas e comportamentais durante situações de estresse. O IC é dividido nas porções anterior e posterior, sendo ainda a porção posterior sub-dividida em rostral, intermediária e caudal. Um estudo recente do nosso grupo explorou a participação de diferentes regiões ao longo do eixo rostro-caudal do IC no controle das respostas cardiovasculares ao estresse de restrição em ratos. Esse estudo identificou que o bloqueio sináptico não-seletivo da região anterior do IC não afetou as respostas cardiovasculares ao estresse de restrição agudo. Contudo, na porção posterior esse bloqueio causou efeitos sítio-específicos, de modo que a inibição sináptica nos sítios rostrais reduziu a resposta pressora, enquanto o bloqueio de sítios da região caudal reduziu a resposta taquicárdica. Por sua vez, foi avaliada também a ativação neuronial ao longo do eixo rostro-caudal do IC, sendo identificado que o envolvimento da sub-região caudal do IC posterior na resposta taquicárdica foi associada com uma diminuição no número de células positivas para a proteína Fos, o que indicou uma redução na ativação neuronial local. Por outro lado, o controle da resposta pressora pela sub-região rostral da porção posterior do IC foi acompanhado de aumento de células positivas para Fos. Esses dados forneceram evidências de que o controle das respostas cardiovasculares ao estresse pelas sub-regiões rostral e caudal da porção posterior do IC seja mediado por mecanismos neuroquímicos diferentes. A partir desses dados, nossa hipótese é que o controle da resposta pressora ao estresse de restrição pela região rostral seja mediado principalmente pela ativação mecanismos neuroquímicos excitatórios, ao posso que o envolvimento da região caudal na resposta taquicárdica envolva o recrutamento de mecanismos inibitórios locais. Nesse sentido, foram relatados a presença de receptores glutamatérgicos, principal neurotransmissor excitatório no sistema nervoso central (SNC), no IC, no qual desempenham um importante papel no controle da função cardiovascular em condições de repouso em diferentes sítios do IC. Ao passo que, o GABA, o principal neurotransmissor inibitório do SNC, foi reportado desempenhar um papel tônico inibitório via ativação do receptor GABAA na região posterior do IC na manutenção da pressão arterial média (PAM) e da atividade simpática em ratos em repouso. Entretanto, um envolvimento de mecanismos glutamatérgicos e gabaérgicos do IC no controle das respostas cardiovasculares ao estresse nunca foram avaliados. Assim, o presente estudo terá o objetivo de 1) investigar o efeito da microinjeção bilateral de antagonistas de receptores glutamatérgicos e gabaérgicos nas regiões rostral e caudal da porção posterior do IC sobre as respostas cardiovasculares ao estresse de restrição agudo; e 2) avaliar o efeito da microinjeção bilateral de antagonistas de receptores glutamatérgicos e gabaérgicos nas regiões rostral e caudal do IC posterior sobre as alterações no número de células positivas para a proteína Fos locais induzidas pelo estresse de restrição.